Em uma cidade com aproximadamente 20 mil habitantes a quantidade de mulheres que sofrem agressões físicas ou psicológicas é grande na cidade de Bonito. Conforme os boletins de ocorrências registrados na cidade, nos últimos três meses, 30 mulheres foram agredidas ou ameaças por seus companheiros. É um número alarmante e o tema precisa ser discutido.

Os números mostram que pelo menos 10 mulheres são agredidas por mês na cidade considerada ‘a Capital do Ecoturismo’. Agressões de todos os tipos são relatadas, perseguições e ameaças que abalam o psicológico da vítima que precisam recorrer a medidas protetivas. Aliás, vale ressaltar que existem casos em Bonito que não são poucos, de homens que mesmo com uma medida protetiva em seu desfavor continuam perseguindo as vítimas.

No mês de agosto doze mulheres procuraram a delegacia, em setembro, oito vítimas e neste mês que ainda nem acabou, já foram dez, sendo duas nas últimas 24 horas.

As humilhações que essa vítimas passam são de cortar o coração, como é o caso de uma mulher que iremos chamá-la nesta matéria de ‘Júlia’ para preservar sua identificação. Ela procurou a polícia no último dia 26 deste mês para relatar o pesadelo que vem passando com o marido.

‘Júlia’ tem 54 anos, conforme o histórico policial, ela convive com o marido há aproximadamente um ano. O homem há alguns dias está mandando a vítima ir embora da casa que residem, pois deseja colocar a amante dentro do imóvel. O esposo que era pra ser o amigo da mulher xinga a vítima de nomes que não poderíamos publicar nesta matéria, além de dizer que agora que tem outra pessoa, não precisa mais de Júlia.

Devido aos xingamentos do marido, Júlia tem tomado medicamentos e passou a ter problemas psicológicos.  Quando achamos que a vida de Júlia não pudesse piorar,  veio a agressão.  No último dia 26, ela pediu um tempo para deixar a casa, pois não tem condições financeiras de sair do imóvel no momento. Após o pedido da vítima, o homem a empurrou, a agrediu com socos e a jogou contra o muro da residência. O suspeito também teria chamado a filha da vítima de ‘sapatão’.

Como se não bastasse toda a humilhação passada em casa, Júlia procurou a polícia. Ela precisou realizar exames para confirmar se de fato aconteceu a agressão. O exame de corpo de delito confirmou as lesões e o marido também procurou a delegacia para registrar um boletim de ocorrência contra Júlia por injúria.