Folha.com, com informações de agência | 29 de junho de 2011 - 15:48

Obama volta a defender mais impostos para ricos nos EUA

 O presidente americano, Barack Obama, em uma entrevista coletiva com jornalistas nesta quarta-feira, pediu aos republicanos que concordem em aumentar os impostos dos mais ricos.

A presidência e o Congresso estão envolvidos em difíceis negociações para evitar, até o início de agosto, um default da dívida americana. O Congresso precisa elevar o limite legal de endividamento do país, que continua a crescer.

Mas os republicanos, que controlam a Câmara de Representantes, mas têm minoria de bloqueio no Senado, recusam-se a considerar esta votação sem a realização de cortes drásticos, para reduzir o déficit orçamentário sem precedentes da dívida pública do Estado federal americano.

Para ele, os cortes são necessários, mas sem comprometer a classe média, nem os programas sociais.

"Qualquer acordo para reduzir o déficit vai envolver decisões difíceis e soluções balanceadas."

Ele ainda defendeu a criação de empregos pelo setor privado, a manutenção da redução de tributos para a classe média por mais um ano e cobrou que o Congresso também o ajude a enfrentar as dificuldades econômicas.

"A verdade é que nossos desafios na economia não vão desaparecer de uma hora para outra. E o Congresso poderia tomar medidas para colocar os americanos no mercado de trabalho."

Obama também defendeu a ação da Otan na Líbia.

"Fizemos exatamente o que era proposto. Não há tropas no chão, estamos protegendo milhares de pessoas e não temos nenhuma morte de americanos. Essa missão [na Líbia] é limitada no tempo e no escopo."

AFEGANISTÃO

No discurso, Obama prometeu ainda manter a pressão sobre a Qaeda, dois meses depois da morte do chefe da rede terrorista, Osama bin Laden.

"As operações americanas no Afeganistão e no Paquistão conseguiram comprometer gravemente a capacidade da Al-Qaeda", declarou Obama durante uma coletiva de imprensa, acrescentando que a rede agora "tem muitas dificuldades para para funcionar e financiar-se".

"Continuaremos mantendo a pressão sobre eles", enfatizou.

Obama também disse que a capita afegã, Cabul, agora é "muito mais segura que antes", apesar do ataque taleban contra o Hotel Intercontinental, alertando que ataques como este "continuarão por mais algum tempo".

"Cabul é mais segura que antes e as forças afegãs são mais capazes do que eram. Isso não significa que não vá haver mais ataques como este. Haverá durante algum tempo. Nosso trabalho ainda não terminou", concluiu Obama.

CASAMENTO GAY

No pronunciamento, Obama comentou também a polêmica questão do casamento gay nos EUA.

O presidente recriminou qualquer discriminação por causa de opção sexual, mas deixou a responsabilidade da decisão sobre o tema com os Estados.

"Não posso interferir. O que aconteceu em Nova York foi bom. Os habitantes debateram e tomaram a decisão."