Aproximadamente 20 pessoas que trabalham com transporte de turistas, realizaram uma manifestação pacífica, na Câmara Municipal de Bonito, nesta noite de segunda-feira (5).

Com cartazes, os manifestantes explicam que trabalham levando turistas para vários locais, mas há um mês não estão conseguindo realizar os serviços devido a uma portaria da Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos (Agepan), que os proíbe de trazerem passageiros de outras cidades para Bonito.

"Somos no total 27 pequenos empresários que realizam transporte turístico. Temos veículos pequenos e estamos com documentos cadastrados, inclusive pelo Ministério do Turismo. Possuímos alvarás, seguro, tudo que os órgãos exigiram a gente tem, porém, a Agepan nos barrou com uma portaria. Desta forma, não conseguimos levar e buscar turistas que estão em outras cidades ”, disse um manifestante.

“Eles estão nos colocando vários obstáculos e não estamos conseguindo trabalhar fora dos limites do município. Somos motoristas e temos uma pequena empresa, todos nós temos CNPJ e somos cadastrados na Embratur, como prestadores para esse tipo de serviço. Fizemos uma série de exigências da prefeitura que nos pediu 12 documentos. Além dos nossos carros serem novos, todos são vistorias. Somos motoristas profissionais, não respondemos a processo algum e pagamos impostos, mas querem nos comparar com grandes empresas que possuem vans e ônibus em grande quantidade. Para uma grande empresa pagar ICMS é possível, mas nós somados ao ISS que já pagamos, fica completamente inviável o nosso trabalho", disse Elton Cavalheiro, de 48 anos.

Hilton Brito Neto de 58 anos, relata que trabalha como motorista de turistas há 10 anos e adianta que a portaria publicada diz que a profissão está ficando centrada apenas no município.

"Acredito que deve ser pressão de alguma empresa grande de olho neste roteiro. Tem vários passeios que não ficam em Bonito. Grande parte fica em Bodoquena e em Jardim, por exemplo, e não vamos mais conseguir levar os turistas até lá. Já nos reunimos com o órgão competente que nos prometeu não nos atingir, mas não foi o que aconteceu. Estão querendo exigir coisas absurdas e inclusive prejudicaria o próprio turismo da cidade", ressaltou.

Como forma de protesto, os motoristas também fecharam a rua em frente à Casa de Leis, mas tudo já havia sido combinado com a polícia e aconteceu de forma pacífica.

A Câmara Municipal se solidarizou a classe trabalhadora. A presidente da Casa de Leis, Luisa Lima (PROS), destaca que pretende se reunir com uma comissão dos motoristas de turistas para tentar solucionar o problema da categoria.