Folha.com | 27 de junho de 2011 - 11:35

River Plate empata em casa e é rebaixado para a segunda divisão na Argentina

Pela primeira vez, o maior campeão da história do futebol argentino terá que disputar a segunda divisão do país. Neste sábado, mesmo jogando em casa, no estádio Monumental de Nuñez, em Buenos Aires, o outrora poderoso River Plate só empatou em 1 a 1 com o modesto Belgrano de Córdoba e não conseguiu "salvar" 110 anos de história. Foi degolado.

O time precisava vencer por diferença de dois gols, já que havia perdido a ida do mata-mata por 2 a 0. Chegou a abrir o placar logo aos 5min, com Pavone. Sofreu a igualdade aos 17min do segundo tempo, quando Ferrero tentou afastar, mas chutou em cima do companheiro Maidana e a bola sobrou para Farré balnçar as redes.

Aos 24min, o mesmo Pavone teve a chance de deixar o River novamente na frente, mas cobrou pênalti e o goleiro Olave defendeu.

Antes mesmo do encerramento, a torcida se revoltou e tentava quebrar até parte das arquibancadas para jogar no gramado. Dentro de campo, o desespero era nítido. O goleiro Carrizo era um dos mais desesperados e não poupava lágrimas. Com isso, apenas Boca Juniors e Independiente estão entre os grandes que jamais deixaram a elite.

Durante a semana, não houve outro assunto na Argentina. A Copa América, o aniversário de Messi, o Boca Juniors, os argentinos em Wimbledon, nada importou. A derrota em Córdoba no jogo de ida, quarta-feira, teve invasão da torcida e ameaças a jogadores e dirigentes.

Por isso, ao voltar para Buenos Aires, o time chegou a se esconder de torcida e imprensa.

O rebaixamento na Argentina se dá pela média de pontos nos últimos três anos. Por isso, a responsabilidade pela situação é dividida entre a atual e a antiga diretoria.

As acusações recaem igualmente sobre o ex-presidente José Aguilar e o atual, Daniel Passarella, ex-capitão, ex-técnico e cada vez menos ídolo e mais vilão. O River já é alvo de todo tipo de piada.

A torcida do Boca, seu maior rival, tem um repertório infinito de trocadilhos e slogans pejorativos para desfrutar da crise do rival. Para piorar, há um time chamado Boca Unidos na Segundona, o que geraria um "superclássico genérico".