DA REDAÇÃO | 9 de abril de 2019 - 08:07 CIDADES

Triste no hospital e com síndrome rara, menina ganha vestido, e volta a se alimentar em MS

Sem brilho algum, a roupa neutra do hospital foi substituída pelo azul acetinado do vestido, com mangas bufantes e uma longa trança branca, exatamente igual a personagem favorita da pequena Lara. Há 90 dias, por conta de uma síndrome rara, a menina passou por 2 hospitais e agora está internada em Campo Grande. Triste e sem vontade de comer, ela teve melhora no quadro ao ganhar presentes e carinho, no aniversário de três anos.

"O caso dela é grave e um dia a enfermeira nos ligou, dizendo para fazer algo porque ela não queria comer. A menina tem um ursinho de estimação, mas, nem como ele estava brincando mais. Nós então descobrimos que ela gostava do filme Frozen e planejamos tudo. Na hora, ela brincou, começou a sorrir e está voltando a comer. Agora, criei um vínculo e uma vez por semana vou visitá-la", afirmou a auxiliar financeiro Letícia Juste, de 23 anos.

Na última sexta-feira (5), ela inclusive passeou com a fisioterapeuta pelos corredores do hospital. "Nós transmitimos amor para ela em uma situação difícil, o que a fez até querer andar e mandar beijos. Acho que é muito importante ajudar as pessoas quando estão em um momento triste. O projeto começou no ano passado e não é somente para criança, é quando temos oportunidade. Eu também vesti a roupa e é um momento muito especial", ressaltou Juste.

Em Campo Grande, a menina está internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) desde o dia 22 de março. No entanto, a batalha com a doença começou no início do ano. A mãe, Marlene da Silva Ribeiro, de 43 anos, conta que deixou a profissão para se dedicar a menina e inclusive a levou para fazer cirurgia, na capital paulista.

 

Auxiliar financeiro se vestiu de princesa para fazer surpresa no aniversário de 3 anos de menina — Foto: Cassems/Divulgação

"Desde os 5 meses eu já notava uma diferença, uma fraqueza muscular nela e então começamos o acompanhamento com pediatra. Após exames, ele disse que não havia mais nada clínico e encaminhou para a neuro. Foram 8 meses de exames, ressonância, tomografia e elétro o diagnóstico de paralisia cerebral. A partir daí, ela passou dos 8 meses até 2 anos e 8 meses como se fosse uma paralisia", ressaltou Marlene.

Ainda conforme a mãe, Lara começou a andar aos 1 ano e seis meses de idade. "Minha filha começou uma terapia avançada e, ao invés de ganhar, ela perdeu. A fisioterapeuta estava achando tudo muito estranho e pediu para me acompanhar em uma consulta na neuro. Foi pedido mais uma ressonância torácica e cervical, quando, em dezembro de 2018, o diagnóstico apontou que não era paralisia cerebral e sim um tumor intramedular", comentou.

Com o novo diagnóstico, veio a necessidade da cirurgia. "Lá o médico já achou tardio e um procedimento de muitos riscos, só que era o único caminho a seguir, pois logo o tumor iria comprometer a musculatura respiratória. No dia 16 fez ela fez o procedimento que durou 11 horas e meia. Depois, minha filha permaneceu entubada, fez traqueostomia e, desde então, luta pela vida. Ela estava deprimida, triste e ficou muito feliz com o que aconteceu", finalizou.