Revista Veja online | 24 de junho de 2011 - 14:30

Ave vê o mundo mais colorido que suas penas

As aves enxergam muito mais cores que os seres humanos, mas sua plumagem não alcança a mesma variedade. É o que diz um estudo realizado pela Universidade de Cambridge, no Reino Unido, e publicado no jornal especializado Behavioral Ecology.

As aves desenvolveram ao longo de gerações a capacidade de ver tonalidades que o homem só pode imaginar. Suas retinas são sensíveis à radiação ultravioleta, que humanos não conseguem ver. Só que a evolução da plumagem, por mais bela que pareça ao olho humano, parece não ter acompanhado a mesma especialização: aves não têm penas com 'cores ultravioletas'.

"Nós não sabemos por que as cores da plumagem são limitadas a um subconjunto", afirma Mary Caswell Stoddard, coautora do trabalho. Segundo ela, isto pode indicar que uma plumagem tão colorida pode não ser vantajosa do ponto de vista evolutivo.

Mas não é possível dizer que as aves jamais exibirão uma vestimenta assim deslumbrante. "Pássaros podem produzir apenas entre 26 e 30 por cento de cores que são capazes de perceber", aponta Richard Prum, professor no Departamento de Ornitologia, Ecologia e Biologia Evolucionária em Cambridge. "Mas eles estiveram trabalhando duro ao longo de milhões de anos para superar estas limitações."

Cores são percepções visuais. Quando um feixe de luz chega ao olho, células especializadas se incumbem de converter a radiação em impulsos elétricos que serão levados ao cérebro. O que vai determinar se algo é azul ou vermelho é a frequência deste feixe de luz. Entre os animais, há diferenças entre a faixa de frequências ‘visíveis’: uns podem perceber frequências que outros não conseguem.