O GLOBO | 13 de janeiro de 2019 - 14:56 ASSALTO OU EXECUÇÃO

Carro com deputada é interceptado e atingido por tiro de fuzil

Carro com deputada é interceptado e atingido por tiro de fuzil

Carro da deputada estadual e delegada Martha Rocha Foto: Fabiano Rocha

Primeira mulher a chefiar a Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro, a delegada e deputada estadual Martha Rocha (PDT-RJ) diz que sofreu três ameaças de morte em novembro. O carro onde estava a parlamentar, um Toyota Corolla Branco blindado, foi atingido por tiros na manhã deste domingo (13) na Penha, na Zona Norte do Rio.

- Procurei o (delegado) Rivaldo (Barbosa, então chefe de Polícia Civil do Rio) pessoalmente para falar sobre as ameaças. Em função disso comprei o carro blindado.

O motorista do veículo foi baleado na perna e foi internado no Hospital Getúlio Vargas, mas já recebeu alta. O estado de saúde é estável, sem risco de morte. Ela não se feriu.

O diretor do Departamento Geral de Homicídios e Proteção à Pessoa, delegado Antônio Ricardo Lima Nunes, disse que ainda é cedo para dizer se foi um atentado ou assalto.

O presidente da Assembleia Legislativa (Alerj), André Ceciliano (PT), afirma que já havia uma ameaça contra Martha Rocha, que é presidente da Comissão de Segurança da Alerj, desde novembro.

Para o  colega de partido e deputado federal eleito Paulo Ramos, é preciso esperar uma apuração bem rigorosa.

O secretário estadual de Polícia Civil Marcus Vinícius Braga, esteve no clube Olaria, onde o carro da deputada ficou estacionada para a perícia. Segundo ele, o crime pode ter sido um atentado contra o estado.

Alvo de ameaças de morte, o deputado federal Marcelo Freixo (PSOL) comentou que o ataque de bandidos utilizando fuzis contra a deputada já demonstra a certeza da impunidade. Ele foi um dos primeiros a prestar solidariedade à Martha Rocha, ex-colega de Alerj, na manhã deste domingo.

- Este ataque a tiros a um parlamentar é muito grave. Sendo assalto ou atentado, tem que ser investigado com rigor e rapidez. A reposta deve ser mais rápida do que ocorreu com a apuração do caso Marielle, que completa 10 meses sem solução. Se for um assalto, bandidos utilizando fuzis em plena luz do dia, já demonstra que há uma certeza de impunidade. Se for atentado, que tipo de grupo político é capaz de cometer um crime, sem se preocupar com as autoridades. É neste sentido que, causa estranheza, o governador Wilson Witzel, não citar no seu plano de governo algo em relação às milícias. Ele sequer se pronuncia sobre o assunto - disse Freixo.

O caso está sendo investigado pela Delegacia de Homicídios da Capital (DH). Perícia foi realizada no local. Diligências estão sendo realizadas para esclarecer as circunstâncias do caso.

A Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro considera extremamente grave o ataque a tiros contra o veículo em que estava a deputada Martha Rocha e seu motorista . O presidente em exercício da Alerj, André Ceciliano, conversou com o governador Wilson Witzel, que imediatamente enviou ao hospital o secretário da Polícia Civil Marcus Vinicius Braga.