Mato Grosso do Sul vai receber o Centro Nacional de Mídias da Educação (CNME) em escolas estaduais, ferramenta que permitirá a implementação do Novo Ensino Médio. A medida foi anunciada na manhã desta terça-feira pelo ministro da educação Rossieli Soares, durante agenda de autorização do início da reforma da Escola Estadual Lúcia Martins Coelho, no Jardim dos Estados, em Campo Grande. O objetivo principal da nova tecnologia é a construção coletiva e democrática do conhecimento, permitindo interatividade entre alunos e professores.

De acordo com o ministro, o projeto nasce de uma experiência que teve início no Amazonas há 10 anos e hoje já está na Bahia, Piauí, Pará. No entanto, ainda não foi divulgado quais instituições serão beneficiadas em território sul-mato-grossense. “Essa sempre foi uma prática muito discutida entre os secretários estaduais, que se trata, não de uma educação à distância (EaD), mas sim de uma educação presencial com uso de tecnologia dentro das escolas", disse. 

Neste novo sistema, as aulas serão ao vivo, com interatividade entre educadores e estudantes de todo o Brasil, para que conteúdos que são mais difíceis de chegar em certas regiões sejam levados por meio do programa. “Uma cidade pequena que tem só uma escola do ensino médio vai ter acesso a conteúdos nacionais produzidos em outros estados”, explicou.

O PROGRAMA

Segundo o  Ministério da Educação, o Centro Nacional de Mídias da Educação é uma proposta de ensino presencial mediado por tecnologia. Constitui-se em uma ferramenta de apoio à implementação do Novo Ensino Médio, com impacto, também, no desenvolvimento do Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD), no Programa Educação Conectada, e no Programa de Formação Continuada de Professores.

O CNME permite interatividade ao vivo: os estudantes que estão em sala de aula, em escolas públicas dos diversos estados brasileiros com seu professor, podem interagir com o professor do CNME, bem como com professores e estudantes que estão em outras escolas públicas dos diferentes estados do Brasil, também conectadas ao CNME.

A implementação do CNME iniciou em 2018 com o propósito de instituir com ação contínua de apoio ao estados e aos municípios. Estão participando da primeira etapa escolas estaduais do ensino médio do Amazonas, Amapá, Bahia, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraná, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Sergipe, São Paulo, Tocantins.

REFORMAS

Considerada uma das unidades de ensino mais tradicionais de Campo Grande, a Escola Estadual Lúcia Martins Coelho passará por obras de restauração e melhorias. Para revitalizar todo o prédio serão investidos mais de R$ 2,9 milhões. Do total de recursos, R$ 2,1 milhões são exclusivos do Governo do Estado. 

Com 260 alunos matriculados, unidade atende na modalidade Ensino Médio em Tempo Integral – programa Escola da Autoria. No último relatório do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), a unidade alcançou nota de 5,4 – índice muito acima da média nacional das escolas estaduais, que é 3,5.

Durante a agenda, Rossieli elogiou o trabalho da secretária de Estado de Educação de Mato Grosso do Sul, Maria Cecília Amendola da Motta, que o acompanhou na visita. “É um trabalho em parceria com o Governo do  Estado de Mato Grosso do Sul. O Estado tem feito um grande trabalho nas escolas de tempo integral”, pontuou o ministro, afirmando que devem ser enviados mais recursos até o final do ano.