DA REDAÇÃO | 24 de outubro de 2018 - 11:07 EM MATO GROSSO DO SUL

Mulher que ficou com corpo da mãe em casa disse a vizinho que possível mau cheiro era de rato

A mulher de 45 anos, presa em flagrante por ocultar o corpo da mãe na casa dela durante 22 dias, em Três Lagoas, na região leste do estado, bateu palmas na casa do vizinho para perguntar sobre mau cheiro, de acordo com a polícia. Nesta quarta-feira (24), ela deve passar por audiência de custódia e a prisão temporária, de 10 dias, pode ser convertida em preventiva.

"No dia em que a suspeita colocou o corpo da mãe no quintal, ela foi na casa do vizinho e perguntou a ele se estava sentindo algum mal cheiro, vindo do quintal dela. Como a pessoa negou, ela disse que poderia acontecer porque ela teria achado uma ratazana morta no local", afirmou o delegado Ailton Freitas, responsável pelas investigações.

Horas antes de conversar com o vizinho, a mulher soube que uma equipe policial tinha ido até o bairro procurá-la. "Ela então pegou diversas caixas de papelão, colocou o corpo lá e estes objetos em cima. Nossa equipe chegou a fazer campana dias antes, mas, não a encontrou. Como ela percebeu que iríamos voltar e poderíamos encontrar vestígios, decidiu tirar o corpo de dentro da casa", ressaltou o delegado.

De acordo com Freitas, a investigação também descobriu que, no dia 3 de outubro, data da morte da idosa, a filha entrou em contato com a neta da vítima, que mora no interior de São Paulo. "Esta jovem veio até Três Lagoas e prestou depoimento. Ela comentou que a mãe ligou falando que a avó estava internada em Barretos, lá tomou um medicamento e morreu, sendo que não houve velório e o corpo foi enterrado lá mesmo", comentou Freitas.

 

Contradições

 

Já na cidade de Três Lagoas, para amigas da idosa, a filha teria dito que a neta é que veio para Três Lagoas fazer o reconhecimento do corpo, sendo que também não houve velório. "Nós temos este depoimento da neta da vítima e também conversas telefônicas com estas amigas, apontando estas contradições", ressaltou o delegado.

Sobre a motivação do crime, o delegado aponta algumas hipóteses. "O corpo está bem decomposto e precisamos aguardar o laudo pericial, que demora alguns dias e ainda não está pronto. E também fica díficil apontar algo, porém nós acreditamos que ocorreu alguma agressão física ou então excesso em algum medicamento, por isso ela teria deixado o corpo na casa. Além da ocultação, ela pode ainda responder por homicídio e maus-tratos", avaliou Ailton.

 

Entenda o caso

 

A Polícia Civil a prisão preventiva da mulher achar o corpo já em avançado estado de putrefação, em Três Lagoas, a 313 km de Campo Grande. Uma denúncia de maus-tratos, do Ministério Público Estadual (MPE-MS) é que levou uma equipe ao local. Após negar no início, a mulher acabou confessando o crime.

"Nós chegamos no local e ela comentou que cuidava da mãe, uma senhora de 76 anos. No entanto, ela tinha sumido e a filha não sabia do paradeiro. No início mentiu, porém, nós continuamos o interrogatório e ela então confessou o crime, mostrando o local onde colocou o corpo da vítima. Em seguida, nós acionamos a perícia e o Corpo de Bombeiros", disse na ocasião o delegado.

As equipes então seguiram até a rua Projetada, por volta das 19h (de MS), do dia 22 de outubro. No outro dia, a suspeita foi indiciada e encaminhada para o presídio da cidade.