Folha.com | 16 de junho de 2011 - 17:28

Justiça do Rio concede habeas corpus ao ex-jogador Edmundo

O Tribunal de Justiça do Rio concedeu na tarde desta quinta-feira habeas corpus ao ex-jogador Edmundo, preso na noite de ontem (15) em São Paulo.

A informação é do escritório de seu advogado, Arthur Lavigne, que fez o pedido na manhã de hoje. O habeas corpus foi julgado pela desembargadora da 6ª Câmara Criminal, Rosita Maria de Oliveira Netto.

A defesa alega que a pena de Edmundo, condenado em 1999 por um acidente ocorrido em 1995 no Rio, já prescreveu.

O ex-jogador foi preso em um flat no Jardim Europa, na zona oeste de São Paulo. Ele passou a noite na 3ª Delegacia Seccional Oeste.

Policiais do Rio chegaram por volta das 16h20 à delegacia, após seis horas de viagem, para levar o jogador.

Entretanto, segundo advogada Ana Beatriz Saguas, que também defende Edmundo, ele não deve mais ser transferido e será liberado ainda hoje. "Ele está livre, está bem. Só está aguardando a delegacia receber o habeas corpus", disse.

Condenado pela morte de três pessoas em um acidente de trânsito, Edmundo teve a prisão decretada na terça-feira (14). Considerado foragido da Justiça, ele foi localizado após uma denúncia anônima.

PRISÃO

Os policiais chegaram ao flat por volta das 23h de ontem e confirmaram com funcionários a presença do ex-jogador no local. Edmundo, que estava sozinho no apartamento, tomou um banho e ligou para seu advogado antes de ser conduzido ao 14º Distrito Policial, em Pinheiros.

Segundo informações da Polícia Civil, o ex-jogador estava calmo e disse que aguardava orientações de seu advogado para se entregar.

A Polícia Civil do Rio já havia realizado ontem buscas em ao menos quatro endereços à procura dele, sem sucesso.

Edmundo foi condenado em março de 1999 a quatro anos e seis meses de prisão, em regime semiaberto, por homicídio culposo e lesão corporal culposa, por conta de um acidente de carro ocorrido na Lagoa, zona sul do Rio, na madrugada do dia 2 de dezembro de 1995.

ACIDENTE

Na tragédia, Edmundo dirigia uma Cherokee e havia acabado de sair da boate Sweet Love com as amigas Roberta, Débora, Markson Gil Pontes e Joana, que morreu no hospital. O carro de Edmundo bateu em um Uno, na Lagoa.

O Uno era dirigido por Carlos Frederico Brites Pontes, que morreu no local do acidente. Ele estava acompanhado da namorada Alessandra, que morreu no hospital, e de Natasha.

O laudo policial sobre o acidente concluiu que a alta velocidade em que o jogador conduzia seu carro foi determinante para a batida. Ele foi acusado (denúncia formal) de triplo homicídio culposo, em 1996.

Em sua defesa, no depoimento para o Ministério Público, Edmundo disse que foi fechado pelo motorista do Uno, mas não convenceu a Justiça.

No dia 5 de março de 1999, Edmundo foi condenado. Os advogados do jogador entraram com um recurso e conseguiram a liberdade provisória.

Em outubro, o Tribunal de Justiça confirmou a sentença e determinou a imediata detenção do jogador. Depois de ficar foragido por 24 horas, Edmundo se entregou e chegou a passar uma noite detido na Polinter (Polícia Interestadual). Foi liberado graças a uma liminar do STJ (Superior Tribunal de Justiça).

Em dezembro de 2000, o STJ recebeu um recurso dos advogados do esportista pedindo a diminuição da pena. Solicitaram ainda a suspensão condicional da pena e, em caso de negativa, sua substituição por penas alternativas, como a prestação de serviços à comunidade.

Além disso, o jogador teve de fazer acordos com as famílias dos envolvidos no acidente, que entraram na Justiça com pedidos de indenização.