Correio do Estado | 17 de novembro de 2017 - 15:02 ILEGALMENTE

Área desmatada no Pantanal em dois anos corresponde a cinco estádios do Maracanã

A área desmatada ilegalmente na região do Pantanal chegou a 65.054 hectares em dois anos, conforme dados divulgados hoje pelo Ministério Público Estadual, Polícia Militar Ambiental e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). 

Esse número corresponde a extensão de pouco mais de cinco estádios do Maracanã, que tem 124 mil metros quadrados. 

As áreas desmatadas ilegalmente na Bacia Hidrográfica do Paraguai foram descobertas após monitoramento feito por satélite e denúncias recebidas durante a Operação Cervo do Pantanal, realizada por órgãos ambientais entre os anos de 2013 e 2015. 

Ao todo, 33 municípios de Mato Grosso do Sul foram monitorados via satélite. Os resultados apontaram área desmatada de 84.092 hectares. Deste total, apenas 22% ocorreram de forma legal, com autorização de órgãos de fiscalização ambiental.

Denúncias e imagens de satélite terminaram com a emissão de 850 pareceres. 

Com esses documentos em mãos, representantes da PMA, Ibama e do Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) vão até os locais indicados para ver se as imagens e reclamações correspondem com a realidade. 

Além das multas, os responsáveis pelo desmatamento terão de promover o reflorestamento do local. 

A multa para quem desmata ilegalmente é de R$ 1 mil por hectare. O valor sobe para R$ 5 mil por hectare quando se trata de área de Mata Atlântica ou de Reserva Legal. Para Área de Preservação Permanente (APP) varia entre R$ 5 mil a R$ 50 mil por hectare. 

O diretor-presidente da Imasul, Ricardo Eboli Gonçalves, pontuou que algumas áreas identificadas pelo MP já eram fiscalizadas pelo Imasul. Ainda segundo ele, em um ano o resultado deste trabalho em conjunto deve ser apresentado. 

O coordenador do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça do Meio Ambiente (Caoma), Luciano Loubet, completou que a ideia de juntar os órgãos ambientais competentes surgiu da necessidade de dar celeridade nas fiscalizações. 

O procurador-geral de Justiça, Paulo Passos declarou que esse trabalho em conjunto é essencial para identificar o desmatamento em um Estado que vive do agronegócio. 

Coronel da PMA,  Ednilson Paulino Queiroz, completou que “não vão conseguir barrar o desmatamento do dia para a noite, mas com aumento da fiscalização já vão inibir pessoas e com isso diminuir o  desmatamento “, finalizou.