Diário da Saúde | 31 de maio de 2011 - 10:20

Cientista fala sobre descoberta e evolução do estudo da AIDS

A quantidade e qualidade das pesquisas realizadas sobre o vírus HIV e sobre a AIDS hoje no mundo contrasta com o verdadeiro mistério que essa doença representava para a ciência apenas 30 anos atrás.

A história da descoberta do vírus foi tema da conferência apresentada pelo pesquisador francês Willy Rozenbaum, um dos codescobridores do HIV e atual presidente do Conselho Nacional de AIDS da França, em conferência nesta realizada no Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), no Rio de Janeiro.

Ele recordou os principais passos que levaram à identificação do retrovírus e abordou avanços, descobertas e os grandes desafios ainda representados pela doença.

Descoberta da AIDS

Willy recordou o momento em que um estranho dado epidemiológico fez sua carreira de clínico interessado na epidemiologia de doenças infecciosas mudar de rumos.

"No início dos anos 1980, começaram a ser registradas muitas infecções oportunistas, como linfomas, em pacientes que não tinham nenhum motivo para apresentarem seu sistema imunológico debilitado.

Primeiro, o único fator em comum entre quase todos eles era a homossexualidade, mas em pouco tempo os heterossexuais já representavam cerca de 10% das pessoas com essa imunodeficiência de origem desconhecida", descreveu o pesquisador.

Nos meses seguintes, surgiram hipóteses relacionando a doença a algum tipo de vírus transmitido pelas relações sexuais e pelo uso de drogas intravenosas, mesmas vias de transmissão do vírus da hepatite B, identificado em 1975.

"Essa ideia foi reforçada pela identificação do primeiro retrovírus humano, também no início da década de 1980. Em 1983, a hipótese foi confirmada ao conseguirmos isolar o retrovírus responsável pela doença, o HIV, um vírus completamente diferente de todos os conhecidos até o momento" conta Willy.

A evolução da pesquisa em AIDS

A partir daí, a comunidade científica se dedicou ao estudo do ciclo da doença, desenvolvendo testes capazes de indicar a infecção pelo vírus antes dos primeiros sintomas clínicos, bem como formas de tratamento e prevenção.

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