Correio do Estado | 27 de dezembro de 2016 - 09:12 CASO GRAVE

Dívida de R$ 76 mil da prefeitura coloca em risco a vida do pequeno João Lucas

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Dívida de R$ 76 mil entre prefeitura e empresa responsável pelo atendimento médico de João Lucas, de 2 anos e 10 meses, coloca em risco a vida da criança, que deverá ir para o Centro de Tratamento Intensivo (CTI), caso o pagamento não seja efetuado até o dia 10 de janeiro.

Diagnosticado com miopatia metabólica- doença que afeta os músculos, há um ano e meio a criança recebe atendimento em casa. “João tem uma internação domiciliar, só saiu do hospital quando eu consegui o atendimento por meio da Justiça”, pontua a mãe do menino, Mônica Bessa.

Ainda conforme Mônica, o pagamento não é feito desde março, e mesmo assim a empresa não suspendeu o atendimento. “Eles me falaram que até agora deu para manter, mas que não dá mais. Já enviaram notificação de inadimplência à prefeitura e dia 10 não vão mais atender meu filho”, contou ao Portal.

João é atendido por equipe que inclui fisioterapeuta, nutricionista, fonoaudióloga, médico, enfermeiro e permanência de técnico de enfermagem durante 24 horas. Por mês, a despesa com os profissionais gira em torno de R$ 18 mil.

Caso o repasse não seja feito a tempo, João terá que ir para o hospital. “A médica dele disse que vai fazer uma carta para conseguir uma vaga no CTI com urgência, já que está tudo lotado”, ressalta Mônica.

Além da dívida, Mônica conta que há pelo menos quatro meses a prefeitura não arca com remédios e material hospitalar. “Gastamos em torno de R$ 3 mil ao mês, mas isso, apesar de caro, a gente está conseguindo pagar, recebemos doações”, afirma ela.

PROTESTO

Na primeira semana de janeiro, Mônica planeja acampar na frente da prefeitura até que tenha uma resposta sobre a situação. “Eu vou lá, quero uma posição. Antes, o Bernal me atendia e me dava uma posição, mas agora nem atende mais. Não posso mais esperar”, destaca a mãe da criança.

Diante das condições de saúde da criança e da baixa imunidade, uma internação seria muito perigoso. “Ele corre um risco desnecessário de infecção hospitalar. Ele já pegou uma vez. O hospital não vai aceitar meu filho, pois ele está bem”, teme a mãe.

ROTINA

O menino se alimenta por sonda e não está mais enxergando. No mês passado, por meio de nota a assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Saúde Pública (Sesau) informou que o atraso foi decorrente de questões legais, retomada de contrato em período eleitoral foi uma delas.

Ainda conforme a Sesau, o processo estava em análise no departamento administrativo e os pagamentos seriam efetuados.