Correio do Estado | 10 de dezembro de 2016 - 09:24 RELATÓRIO DA CGU

Mato Grosso do Sul tem o 2º maior índice de servidores expulsos por corrupção do País

Em Mato Grosso do Sul, 127 servidores públicos federais foram exonerados de suas atividades desde 2003, devido a irregularidades diversas, a maioria relativa à corrupção. A informação está em relatório, divulgado ontem, Dia Internacional contra a Corrupção, pela Controladoria-Geral da União (CGU). Apenas neste ano (até novembro), foram desligados 12 funcionários. Em todo o País, foram 424 expulsões em 2015 e 6.083 em 13 anos. O índice sul-mato-grossense é o segundo maior entre os estados brasileiros. 

A maior parte das exonerações decorreu de práticas de corrupção. “Mais de 60% é por esse motivo”, afirmou o chefe da CGU em Mato Grosso do Sul, José Paulo Barbieri. Ele detalhou que as situações mais frequentes são o uso do cargo para benefício próprio, improbidade administrativa, recebimento de propina e lesão aos cofres públicos. 

De acordo com a CGU, o índice de expulsos, em Mato Grosso do Sul, é de 9,6 pessoas a cada mil servidores – no total, há 10.108 funcionários públicos federais no Estado. A taxa sul-mato-grossense só é inferior à do estado da Amazonas (11,42 de mil servidores). Na sequência, aparecem Maranhão (8,29), São Paulo (8,05), Pará (7,55), Mato Grosso (7,55), Rondônia (7,28), Tocantins (7,10) e Roraima (7,10). Os demais estados têm índices inferiores a 7. 

A expulsão do funcionário é resultado de processo administrativo disciplinar. “Esse processo é caracterizado por ampla defesa por  parte do servidor”, afirmou o chefe da CGU no Estado. Embora demorado, o procedimento causou expulsão de número considerável de servidores federais nos últimos anos. Com exceção de 2014 (com quatro pessoas), nos demais anos, foram exonerados mais de dez funcionários em decorrência de alguma irregularidade. “E mais de 60% dessas irregularidades é por causa da corrupção”, detalhou. 

Em todo o País, ainda segundo o relatório da CGU, 6.130 servidores federais foram expulsos de seus cargos de 2003 a 2016. Desse total, 65% estavam envolvidos em corrupção, o que representa 3,98 mil funcionários.