Folha.com | 20 de maio de 2011 - 17:49

Médicos americanos usam estímulo elétrico em paraplégico

O norte-americano Rob Summers, 25, que ficou paraplégico em 2006, depois de um acidente de carro, conseguiu ficar em pé, andar na esteira e mover quadril, joelhos, tornozelos e dedos dos pés.

Os resultados apareceram depois de um tratamento com estimulação elétrica na medula espinhal. O caso foi descrito em um artigo publicado hoje no periódico "Lancet".

Summers também recuperou parte de sua função sexual e do controle da bexiga. Ele estava paralisado do peito para baixo, mas ainda manteve parte da sensibilidade.

Um eletrodo foi implantado nas costas do paciente. Por um fio, o dispositivo se liga a um aparelho de estimulação controlado pelos médicos.

Assim que o aparelho emite um sinal, a rede neural da medula, junto com a resposta sensorial das pernas, é capaz de orientar a articulação e os músculos necessários para que o paciente possa ficar em pé e andar na esteira.

O americano fez também dois anos de reabilitação, e só se movimentava enquanto recebia a estimulação.

Para Daniel Rubio, fisiatra e diretor clínico da Rede de Reabilitação Lucy Montoro, unidade Morumbi, a técnica é inovadora, mas é cedo para comemorar, já que o teste foi feito em só uma pessoa.

Cristiano Milani, coordenador do departamento de atenção neurológica e neurorreabilitação da Academia Brasileira de Neurologia, elogia o caso com ressalvas.

"É promissor, mas trata-se de um caso isolado. O paciente é jovem, com lesão parcial. A técnica ainda não vai mudar a vida de ninguém."