Correio do Estado | 1 de julho de 2016 - 07:40 CRIME INSTITUCIONALIZADO

Defensoria Pública garante que Estado vive cultura do estupro

Divulgação

A coordenação do Núcleo Institucional de Promoção e Defesa dos Direitos da Mulher (Nudem) defende que o Brasil vive atualmente a cultura do estupro e promove amanhã (1º) evento para debater a situação.

O órgão, vinculado à Defensoria Pública do Estado, divulgou que por dia, ano passado, 10 mulheres procuraram serviço de urgência (telefone 180) para relatarem algum tipo de violência sexual sofrida.

Intitulado "A Cultura do Estupro", a audiência pública está marcada para acontecer das 13h30 às 16h30, na Escola Superior da Defensoria Pública, na Rua Raul Pires Barbosa, 1519, Chácara Cachoeira, em Campo Grande.

"Em uma época em que as informações estão disponíveis de modo viral na internet e nos aplicativos de celular, queremos trazer a discussão dos direitos humanos da mulher, demonstrando que não se trata de defesa de uma ‘ideologia’, pois estamos falando de realidade estampada em números absurdos de violação de direitos", defendeu a coordenadora do Nudem, Edmeiry Silara Broch Festi.

Segundo o núcleo, a "institucionalização" do estupro ficou flagrante quando houve o caso da jovem de 16 anos no Rio de Janeiro, mês passado. Ela foi violentada por mais de 30 homens e o crime foi filmado e divulgado em redes sociais.

"Os argumentos usados como justificativa (para o estupro) são vários: 'a mulher estava de saia curta, pediu para ser estuprada'; 'a garota se envolvia com muitos rapazes'; 'também, estava na rua nessa hora'. Rotina no dia-a-dia, essas frases reforçam uma cultura do estupro presente em nossa sociedade", informou nota da Defensoria Pública.

No evento, as defensoras Graziele Carra Dias Ocáriz e Thaís Dominato Silva Teixeira irão abordar situações vividas na rotina da instituição relacionadas a violência contra as mulheres.