Reclame Aqui | 1 de maio de 2016 - 14:37 POLÊMICA

Sorveteria deixa clientes se servirem e pagarem sozinhos e sai no prejuízo

Uma loja de sorvetes em Santos, no litoral paulista, testou uma maneira diferente de comercializar. Colocou os itens fora da loja, convidando os consumidores a deixar o valor do produto em uma urna e se servirem. O resultado? 16% dos pagamentos foram “esquecidos”, segundo a contagem da loja.

O cenário era simples. Em vez de a pessoa entrar, se dirigir a um funcionário e pagar pelo produto, ela deveria ir a um freezer, onde havia um banner com o aviso: “A Alpi acredita em um País sem corrupção. Pegue seu sorvete e deposite o pagamento no caixa ao lado”. Mesmo quem pegasse o sorvete e saísse sem pagar, não seria abordado pelos funcionários. 

A gerente da loja, que achava que o número de não pagantes seria ainda maior, explicou que hoje, dia 27, será colocada outra placa no estabelecimento, com o resultado da contagem, e a ação continuará.

Mesma iniciativa

Na Universidade Tecnológica Federal de Cornélio Procópio, no Paraná, de onde a ideia foi copiada, a taxa de calote foi de 2%, mesmo com o dobro de tempo de exposição. Lá, foram 2.400 sorvetes em um mês.

Darrell Champlin, antropólogo e professor universitário, achou os 16% santistas uma taxa altíssima, apesar de a ação não poder ser considerada um estudo e, portanto, não mostrar a realidade como um todo, cientificamente. “Isso mostra que praticamente um quinto da população que efetivamente participou da provocação, está pouco ligando para a corrupção”, disse.

Para ele, a divulgação dos resultados deve gerar impacto positivo para as próximas semanas.