O Jornal de Hoje | 29 de junho de 2015 - 11:43 Emprego dos sonhos?

Empresa que libera cerveja no expediente recebe centenas de currículos

Beber durante o expediente com o aval do chefe é um sonho para milhares de pessoas, mas alguns privilegiados conseguem fazer o que, para a maioria das profissões, parece ser impossível. Na agência de comunicação Notícia Expressa, em São Paulo, os funcionários podem beber sempre que têm vontade, especialmente quando vão escrever sobre o assunto. Desde que a informação foi publicada, em abril do ano passado, mais de 350 mil pessoas curtiram a matéria no Facebook, e centenas de pedidos de emprego foram enviados à empresa.

— Foram uns 200 currículos nesse período, mencionando a permissão de beber durante o expediente. Tem muita gente querendo trabalhar aqui, de operadores de máquinas a gerentes financeiros. Somos uma empresa pequena, com sete funcionários, mas todo mundo quer uma vaga — disse, com bom humor, a sócia da empresa, Miriam Matos, de 43 anos.

E para trabalhar na empresa, só gostando da bebida:

— Hoje não temos ninguém aqui que não goste de cerveja porque 70% dos nossos clientes são desse meio. Quando faço processo seletivo acabo excluindo as pessoas que não bebem. Já gostei muito de duas candidatas, mas vi que elas não tinham o nosso perfil — contou.

Amigos ‘invejam’ funcionários

A jornalista Roberta Santana, de 25 anos, está na agência desde 2013. Ano passado, investiu num curso de sommelier para entender mais sobre o assunto que escreve, e passou de quatro a cinco meses estudando.

— O curso me ajudou porque consigo analisar as cervejas dos meus clientes. Todos os meus amigos dizem que é o emprego dos sonhos. Quem é que não quer trabalhar e beber uma cervejinha no meio do expediente? — brinca a jovem, destacando que tem o privilégio de, mesmo não trabalhar com a produção de cerveja, unir duas paixões.

Mas a degustação, claro, é sempre com moderação.

— Nunca tivemos problemas com nenhum funcionário. Certa vez fui experimentar uma cerveja holandesa com teor alcoólico de 14% e, quando tomei metade da lata, senti algo diferente. Fiquei até tonta. O único episódio de exagero foi esse mesmo com a chefe. É tudo muito moderado, e deixamos mais para o final da tarde. Depois das 15h a gente abre algumas garrafas — conta Miriam Mattos.