Saiba quem é o segundo brasileiro no corredor da morte da Indonésia
Depois de mesmo um pedido da presidente Dilma Rousseff ter sido negado, um laudo médico parece ter se transformado na última esperança do paranaense Rodrigo Muxfeldt Gularte, o outro brasileiro condenado à morte por tráfico de drogas na Indonésia - no sábado, o carioca Marco Archer Cardoso Moreira, de 53 anos, foi morto por fuzilamento junto com outros cinco prisioneiros
Segundo o jornal "Gazeta do Povo", de Curitiba, a família do surfista, de 42 anos, e há quase 10 preso no país asiático, tentará adiar a execução do brasileiro, ainda sem data oficialmente anunciada, com base num diagnóstico de esquizofrenia.
De acordo com informações do jornal, o documento está sendo levado para Jacarta, na Indonésia, por uma prima de Gularte.
A Gazeta do Povo menciona ainda que a estratégia teria o aval da Embaixada Brasileira na capital do país asiático, mas a BBC não obteve resposta nos contatos feitos junto à representação e ao Itamaraty em Brasília.
Recusa presidencial
Numa entrevista no sábado para a Globonews, a mãe de Gularte, Clarisse, disse que o filho "está com uma grave doença mental".
"Agora estamos lutando para que ele seja transferido para um hospital psiquiátrico", afirmou ela, que contou já ter ido à Indonésia oito vezes para ver o filho.
"Visitei-o todas essas vezes, mas contato por telefone é raro, não há permissão. A gente tem notícias através da Embaixada e do governo também".
O último contato foi há três meses, segundo Clarisse: "Lá a prisão é relativamente boa, eles têm liberdade entre as grades, os guardas são muito educados. Mas da última vez que eu o vi ele tinha emagrecido 13 quilos".
Clarisse disse ter ficado chocada com a execução de Archer.
Marco Archer foi o primeiro brasileiro executado no exterior
"Estava preparada, mas quando chega o momento é muito triste, muito doloroso"
Gularte foi preso no aeroporto de Jacarta, em julho de 2004, quando tentou entrar na Indonésia com 6kg de cocaína escondidos pranchas de surfe. Foi condenado à pena capital no ano seguinte.
O paranaense teria tentado o suicídio pouco depois, ateando fogo a seu próprio corpo, segundo informações veiculadas na imprensa indonésia mas não confirmadas pela família.
No último dia 9, o presidente indonésio Joko Widodo rejeitou o pedido de clemência feito por el, atitude que repetiu na sexta-feira numa conversa telefônica com Dilma.
Por isso, o paranaense pode ser executado em fevereiro, de acordo com o jornal Folha de S.Paulo.
À BBC Indonésia, a Procuradoria Geral do país informou que outras três execuções estão previstas para este ano, mas o órgão não confirmou se o brasileiro estava entre estes presos.