UOL | 19 de janeiro de 2015 - 09:48 Condenado

Saiba quem é o segundo brasileiro no corredor da morte da Indonésia

Rodrigo Gularte foi preso em 2004 e, desde então, desenvolveu problemas mentais, segundo a família

Depois de mesmo um pedido da presidente Dilma Rousseff ter sido negado, um laudo médico parece ter se transformado na última esperança do paranaense Rodrigo Muxfeldt Gularte, o outro brasileiro condenado à morte por tráfico de drogas na Indonésia - no sábado, o carioca Marco Archer Cardoso Moreira, de 53 anos, foi morto por fuzilamento junto com outros cinco prisioneiros

Segundo o jornal "Gazeta do Povo", de Curitiba, a família do surfista, de 42 anos, e há quase 10 preso no país asiático, tentará adiar a execução do brasileiro, ainda sem data oficialmente anunciada, com base num diagnóstico de esquizofrenia.

De acordo com informações do jornal, o documento está sendo levado para Jacarta, na Indonésia, por uma prima de Gularte.

A Gazeta do Povo menciona ainda que a estratégia teria o aval da Embaixada Brasileira na capital do país asiático, mas a BBC não obteve resposta nos contatos feitos junto à representação e ao Itamaraty em Brasília.

Recusa presidencial

Numa entrevista no sábado para a Globonews, a mãe de Gularte, Clarisse, disse que o filho "está com uma grave doença mental".

"Agora estamos lutando para que ele seja transferido para um hospital psiquiátrico", afirmou ela, que contou já ter ido à Indonésia oito vezes para ver o filho.

"Visitei-o todas essas vezes, mas contato por telefone é raro, não há permissão. A gente tem notícias através da Embaixada e do governo também".

O último contato foi há três meses, segundo Clarisse: "Lá a prisão é relativamente boa, eles têm liberdade entre as grades, os guardas são muito educados. Mas da última vez que eu o vi ele tinha emagrecido 13 quilos".

Clarisse disse ter ficado chocada com a execução de Archer.

Marco Archer foi o primeiro brasileiro executado no exterior

"Estava preparada, mas quando chega o momento é muito triste, muito doloroso"

Gularte foi preso no aeroporto de Jacarta, em julho de 2004, quando tentou entrar na Indonésia com 6kg de cocaína escondidos pranchas de surfe. Foi condenado à pena capital no ano seguinte.

O paranaense teria tentado o suicídio pouco depois, ateando fogo a seu próprio corpo, segundo informações veiculadas na imprensa indonésia mas não confirmadas pela família.

No último dia 9, o presidente indonésio Joko Widodo rejeitou o pedido de clemência feito por el, atitude que repetiu na sexta-feira numa conversa telefônica com Dilma.

Por isso, o paranaense pode ser executado em fevereiro, de acordo com o jornal Folha de S.Paulo.

À BBC Indonésia, a Procuradoria Geral do país informou que outras três execuções estão previstas para este ano, mas o órgão não confirmou se o brasileiro estava entre estes presos.