R7 | 10 de maio de 2011 - 07:42

Consumidor gasta no mercado mais do que ganha

As compras do mês consumiram mais do que os salários dos consumidores no ano passado. Uma pesquisa da Apas (Associação Paulista de Supermercados) mostrou que o gasto médio dos paulistas nos supermercados foi de R$ 2.171, enquanto a renda média mensal ficou em R$ 2.146. Isso significa que, a cada mês, faltaram R$ 25 para fechar as compras.

De acordo com o estudo da associação, divulgado nesta segunda-feira (9), esta foi a primeira vez desde2006 que os gastos superaram a renda do mês. A pesquisa revelou que mais da metade das famílias (53% do total) tinham gastos superiores aos ganhos.

Em 2009, a renda foi de R$ 1.889, enquanto os gastos não passaram de R$ 1.863. Em 2008, os números estavam em R$ 1.558 e R$ 1.540, respectivamente.

Os motores dessa expansão e de descontrole financeiro foram as classes de renda mais baixa (D e E).

- As classes AB e C seguem o mesmo ritmo de crescimento. O maior movimento do mercado impulsionado pelas classes baixas, com aumento da frequência de compra consolidando um novo ciclo de crescimento.

O estudo revelou que, em 2010, o gasto das famílias das classes D e E aumentou 14% em relação a 2009. Enquanto isso, os grupos de renda alta e média aumentaram o consumo entre 10% e 13%.

No ano passado, o faturamento das empresas do setor somou R$ 201,6 bilhões. O número é 13,9% maior do que em 2009, quando o setor movimentou R$ 117 bilhões. Desconsiderando a inflação, esse avanço é de 7,5% - o maior desde 1990.

João Galassi, presidente da entidade, diz que a baixa renda se caracteriza por buscar produtos de tanta qualidade quanto os consumidores de outros grupos. O aumento da renda expandiu o poder de compra e proporcionou a compra de bens antes não adquiridos por parcela importante das classes mais baixas.

- O cliente quer se presentear com produtos de qualidade, diferentes. Ele não quer apenas um xampu, mas sim um produto que valorize sua beleza, que propicie novas experiências.

A expectativa da Apas é de que o faturamento em 2011 tenha um crescimento real de 4% ante 2010. A associação prevê também que o poder de compra das famílias aumentará em 2011.

Foram ouvidos 8.200 lares entre 46 milhões de residências de cidades com mais de 10 mil habitantes.