Dourados News | 21 de outubro de 2014 - 14:57 Crime bárbaro em Dourados

Pedófilo com HIV confirmou pelo menos 50 relações sem camisinha com menores

Jeferson Porto da Silva, 33, detalhou como agia em depoimento à Polícia Civil (Foto: Osvaldo Duarte )

O servidor municipal Jeferson Porto da Silva, 33, acusado de aliciar meninos menores de idade em Dourados e que está preso desde domingo passado (19), confirmou em depoimento que teria mantido pelo menos 50 relações sexuais com adolescentes sem o uso de preservativo, mesmo sendo portador do vírus HIV. A informação é da delegada responsável pelo caso, Marina Lemos.

“Ele disse no depoimento que pelo menos uns 50 casos foi sem o uso de camisinha, mas que teria mantido pelo menos umas 100 relações. Perguntei como ele pegou o vírus e ele disse que foi de um namorado que só foi contar um ano após terminar. Ele disse que sentiu muita raiva, que queria matar e eu questionei o porque dele ter feito a mesma coisa com esses meninos. Aí ele disse ‘pois é, não sei porque fiz isso, que ironia, estou fazendo o mesmo que fizeram comigo...’ e eu disse que agora os meninos e os pais queriam matar ele”.

Marina já ouviu 12 pessoas que foram vítimas de Silva. Ontem à tarde, mais quatro depoimentos foram colhidos, inclusive de um rapaz de 20 anos que disse ter sido assediado pelo servidor municipal quando tinha 12 anos e era aluno dele há oito anos, em uma escola da rede municipal de ensino. Este depoimento expande ainda mais a possibilidade do total de vítimas passar de centenas. Na época, Silva era professor substituto de Geografia, cargo do qual acabou sendo afastado.

Adolescentes ‘fogem’ de teste de HIV

Os adolescentes, segundo a delegada, se mostram bastante envergonhados com a situação e com muito medo de fazer exame de HIV. “Eles estão constrangidos por causa de toda a situação e com medo de fazer o teste. Alguns choraram durante o depoimento e nenhum deles quer falar o que aconteceu na frente dos pais, que também estão bem transtornados”.

O exame de HIV não é prova fundamental no inquérito, que deve ser fechado na sexta-feira. Conforme a delegada, independente do contágio dos adolescentes ser constatado por meio de exame clínico o crime de perigo de contágio venéreo já está caracterizado pelo fato do acusado ter HIV e assumir o risco ao bem estar alheio ao manter relações sexuais sem uso de preservativo.