G1 | 17 de setembro de 2014 - 07:42 Polícia Federal

Ex-diretor da Petrobras deixa prisão para depor à CPI

O ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, preso em Curitiba, saiu da sede da Polícia Federal (PF) por volta das 8h desta quarta-feira (17) para ir a Brasília, onde deve prestar depoimento para a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga a Petrobras. O voo sai do Aeroporto Internacional Afonso Pena, em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana da capital paranaense. Costa deve viajar escoltado por policiais federais, que vão acompanhá-lo até o Senado. Ao final do processo, ele deve voltar para a cela em Curitiba.

Esta será a segunda vez que o ex-diretor vai depor aos parlamentares. Em junho, ele esteve no Senado, para depor em outra investigação parlamentar, essa conduzida apenas pelo Senado. Na ocasião, ele rechaçou as acusações de que uma "organização criminosa" teria se infiltrado na estatal do petróleo e que a empresa teria se tornado uma "casa de negócios".

Desta vez, a expectativa é de que Costa tenha outra postura, já que fez um acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal. O ex-diretor com as investigações da Operação Lava Jato, que apura desvio de verbas públicas e lavagem de dinheiro. De acordo com a Polícia Federal, o esquema liderado pelo doleiro Alberto Youssef pode ter movimentado R$ 10 bilhões ilegalmente.

O depoimento de Paulo Roberto Costa está marcado para as 14h30. Os parlamentares que conduzem a CPMI da Petrobras acreditam que o depoimento será feito apenas aos deputados e senadores, que se comprometeram a não vazar as informações para a imprensa.

O presidente da comissão, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), deverá iniciar a sessão de forma aberta. A expectativa, porém, é que Costa lance mão do seu direito constitucional de ficar em silêncio para não produzir provas contra si. Neste caso, os parlamentares deverão solicitar que a sessão seja secreta, a fim de estimular o delator a dar informações.