Portal ALMS | 18 de abril de 2011 - 16:37

Médicos dizem na Assembléia Legislativa que remuneração "chegou a nível insuportável"

A falta de reajustes reais dos honorários médicos e a interferência direta dos planos de saúde, na liberdade de solicitação de exames para procedimentos diagnósticos e tratamento, foram os problemas mais graves apresentados pela Sogomat-Sul (Associação de Ginecologia e Obstetrícia de Mato Grosso do Sul), durante audiência pública realizada na tarde desta quinta-feira (7/4), na Assembleia Legislativa.

De acordo com Alex Bortotto Garcia, diretor da Sogomat-Sul, a redução dos ganhos da categoria chegou a nível insuportável. “Tanto que existem muitos médicos fechando seus consultórios por falta absoluta de condições financeiras para manter despesas com seu faturamento mensal de consultas”, afirmou.

Para Maristela Vargas Peixoto, coordenadora do Movimento de Defesa dos Profissionais e Honorários Médicos dos Ginecologistas e Obstetras de MS, a população é a mais afetada com essa situação. “A qualidade dos serviços médicos piora gradativamente. A medida em que os médicos deixam de se reciclarem, a população sofre com tratamentos desatualizados”, disse.

Médicos doentes - Maria Auxiliadora Budib, presidente da Sogomat-Sul, fez um alerta sobre a sobrecarga de trabalho. “Os médicos estão doentes. Enfrentamos jornadas triplas de trabalho e excesso de plantão. A tensão diária é maior em nossa profissão por conta da responsabilidade de uma vida sobre as nossas mãos”, desabafou.

Os representantes da Sogomat-Sul pediram apoio e compreensão da população na luta por melhores remunerações e condições de trabalho. “De outra forma, a sociedade continuará a perder profissionais de alta qualidade, com o nosso descredenciamento gradativo dos convênios e, consequentemente, passaremos a cobrar nossos horários de forma particular, como já ocorreu no passado', concluiu Bortotto.