IG | 15 de novembro de 2013 - 09:52 Política

Dilma estuda endurecer proteção na Amazônia

A presidente Dilma Rousseff estuda ampliar o número de municípios na Amazônia que devem ter uma fiscalização mais rígida e um monitoramento prioritário para evitar desmatamento.

A medida deverá ser tomada em resposta ao aumento de 28% em 2013 na devastação na Amazônia,taxa antecipada ontem pelo blog. Esse crescimento interrompeu um processo seguido de queda de quatro anos. Daí a necessidade de endurecer a fiscalização.

Atualmente, o Ministério do Meio Ambiente tem uma lista com 52 municípios em que há acompanhamento. A lista é dividida em cidades com desmatamento monitorado e outras chamadas de prioritárias.

Há 11 municípios com desmatamento monitorado. São os casos mais preocupantes e todos ficam no Pará e no Mato Grosso, os dois Estados que mais contribuíram para o péssimo resultado de 2013. Outras 41 cidades têm o chamado acompanhamento prioritário.

A medida em estudo no governo é elevar o número de cidades que precisam de monitoramento do desmatamento e também as que devem ser fiscalizadas prioritariamente.

O resultado de 2013 foi péssimo. Uma elevação de quase 30% deverá dar argumento para Marina Silva dizer que o governo Dilma tem a marca do “retrocesso ambiental”, como afirmou a ex-senadora ementrevista ao “10 Perguntas”.

A principal causa do crescimento do desmatamento foram obras no Pará. No trecho da BR-163 que foi asfaltado, o preço das terras no entorno explodiu. Houve grilagem e devastação para especulação imobiliária. Há forte desmate no entorno da obra da usina de Belo Monte, no Pará. Mato Grosso também teve aumento na derrubada de árvores, mas ele foi mais significativo no Pará.

A ministra Izabella Teixeira diz que não houve culpa do novo Código Ambiental. Segundo ela, antes, com regras velhas, o desmatamento era maior. Ora, o desmatamento vinha caindo havia quatro anos seguidos. Aprovou-se o código com anistia. Qual a leitura do desmatador? Posso desvastar que nova anistia poderá ser dada pelo lobby ruralista no Congresso, avaliam os ambientalistas, com certa dose de razão.

O fato é que, em 2013, o governo perdeu a batalha para os desmatadores na Amazônia. Essa notícia terá impacto na disputa eleitoral e na imagem internacional do Brasil e da administração Dilma.