Ascom | 6 de novembro de 2013 - 08:11 T.20, em Londres

Turismo discute em Londres como aumentar conexões aéreas

O ministro do Turismo, Gastão Vieira, disse nesta segunda-feira (4), em Londres, que aumentar as ligações aéreas entre os países é tão importante quanto facilitar os vistos para ampliar o turismo no mundo, e pediu esforços da comunidade internacional em ambos os sentidos. 
 
As declarações foram dadas durante a 5a reunião do T.20, o fórum de ministros do turismo do G20, que se reúne na capital britânica para avaliar a implementação das políticas de facilitação de viagens no grupo das 20 maiores economias do mundo. Juntos, os países do T.20 respondem por 75% das chegadas de turistas no planeta.
 
Segundo a OMT (Organização Mundial do Turismo das Nações Unidas), o mundo tem ficado mais aberto ao turismo nos últimos anos, com os países emergentes liderando essa abertura por meio da eliminação de vistos de turismo e negócios.

Um estudo publicado pela entidade afirma que a facilitação de vistos pode ajudar a criar 5,1 milhões de empregos adicionais no setor de turismo e gerar US$ 260 bilhões em receita adicional. 
 
Hoje, apenas 15% da população mundial não é afetada por políticas de visto. Nos países do T.20, a média de abertura (dada pela isenção de vistos a outros países) é de 65% - muito acima da média mundial. O objetivo do grupo é eliminar gradualmente essas barreiras, de forma a aumentar a geração de empregos e estimular o crescimento econômico. 
 
“O turismo é parte da solução para os desafios que a humanidade enfrenta hoje”, disse o secretário-geral da OMT, Taleb Rifai, na abertura da reunião de ministros. 
 
Em sua fala no encontro do T.20, Gastão Vieira ressaltou que o Brasil já vem adotando medidas de facilitação de viagens como prioridade de sua política externa há muito tempo. “Hoje o Brasil tem acordos de isenção firmados com 72 países. Quase todos os grandes emissores de turistas para nosso país são livres de visto. E, no Mercosul, a circulação de pessoas dispensa até mesmo o passaporte”, afirmou o ministro, que ressaltou, porém, que o país não abre mão de que as isenções sejam recíprocas.
 
Ele citou ainda os acordos recentes de dispensa mútua de visto com o México, que entrou em vigor neste ano, com a União Europeia, firmado no ano passado, e com a Rússia, que vigora desde 2010. Como resultado, o fluxo de turistas russos para o Brasil cresceu 12% somente no ano passado.
 
Com os EUA, segunda maior fonte de turistas estrangeiros para o Brasil, há um grupo de trabalho instituído com o objetivo de longo prazo de supressão total. “Hoje os vistos de turismo e negócios são obtidos em poucos dias dos dois lados e valem por dez anos”, afirmou o ministro.
 
Vieira citou ainda a decisão do Brasil de conceder vistos prioritários e gratuitos durante os grandes eventos esportivos, medida “adotada com sucesso na Copa das Confederações e na Jornada Mundial da Juventude”.
 
Ele afirmou, porém, que a facilitação de vistos deve ser vista como uma de várias medidas em prol da liberalização das viagens internacionais. Outra medida é o aumento da conectividade aérea entre os países. “A distância entre o Brasil e os grandes mercados emissores é, a meu ver, uma barreira ainda mais importante ao turismo do que o visto. Isso fica claríssimo no caso da Rússia, um dos maiores emissores do mundo, que não conta com voos diretos para o Brasil”, discursou. 
 
Segundo o ministro, o país está ampliando sua malha aérea e investindo US$ 5 bilhões nos aeroportos das cidades-sede da Copa. Mas a comunidade internacional precisa “dar impulso à agenda da conectividade”, trabalhando junto a organizações internacionais da aviação civil, como a Associação Internacional de Transportes Aéreos e a Organização Internacional da Aviação Civil, para um crescimento contínuo dos fluxos turísticos.