Campo Grande News | 31 de outubro de 2013 - 08:28 MAto Grosso do Sul

Na capital do tereré, bebida é vendida em litros na rua e permitida nas escolas

A bebida símbolo de Mato Grosso do Sul é vendida praticamente em cada esquina das praças paraguaias. Trouxemos o costume dos vizinhos e só quando chegamos a Assunção percebemos que "tereré mania" mesmo é o que existe por lá.

O costume parece maior que o tereré. Ouvimos falar que na balada um grupo de jovens é capaz de passar a noite compartilhando 1 latinha de cerveja. Até em roda grande, todos vão bebendo, até acabar e a turma pedir outra. O funcionário de uma empresa telefônica, Luis Canillas, confirma e explica: "É isso mesmo, para não ficar quente. Também tem a conversa que é boa. No Brasil como é?", pergunta.

No Congresso, as garrafas térmicas revestidas de couro já aparecem na frente do prédio, com os seguranças bebendo sem cerimônia. Uma guampa para dois, é o mínimo da divisão entre os paraguaios. “Aqui a gente toma umas 2 garrafas de água por turno”, ri o segurança.

Ao lado, em 4 bancos da pequena praça onde também funciona o Senado e alguns museus, mais de 20 alunos conversam uniformizados com roupas clássicas, incluindo gravatas, com a roda de tereré em andamento. “Aqui as escolas deixam os estudantes entrarem com o tereré”, explica o pintor Francisco Ortiz.

É uma bebida democrática. Pode ser pobre, pedir esmola na rua, mas o paraguaio sempre tem uma bomba de tereré guardada.

O "respeito" à tradição também é evidente. Difícil é ver alguém com a água em garrafa pet, como acontece em Campo Grande. Em Assunção, a maioria tem uma garrafa térmica toda enfeitada ou com algo que identifique o proprietário.

Pela cidade há sempre uma banca com as térmicas em oferta, com a possibilidade de gravar o nome do dono na hora, tudo por cerca de R$ 60,00.