G1/MS | 8 de outubro de 2013 - 08:30 Mato Grosso do Sul

Manifestante preso por 101 dias em MS conta sua versão do caso

Eduardo Miranda Martins alega que policiais colocaram droga em sua mochila

(Foto: Yarima Mecchi / G1 MS)

Preso durante os protestos de 21 de junho em Campo Grande, o produtor musical Eduardo Miranda Martins, 28 anos, conhecido como Dudu, ficou 101 dias na cadeia até ser solto por meio de habeas corpus no fim de setembro. Ele garante que guardas municipais “plantaram” entorpecentes em sua mochila para incriminá-lo. A corporação nega as acusações.

“Eu estava descendo [a avenida Afonso Pena] com uma amiga e fui abordado por cerca de dez guardas à paisana”, conta. Em seguida, ele conta ter sido arrastado pelo pescoço para dentro do prédio desativado do Teatro do Paço, onde foi deixado de joelhos. “Ficaram me xingando, mas não me torturaram fisicamente”, relata.

Martins afirma que não deixaram que ele visse a revista em seus objetos pessoais. “Eles falavam 'fica aí que estamos mandando, não tenta fugir que se não a gente te arrebenta no pau'”, afirma. “Eu só tive paz quando eu não olhei mais para os guardas municipais. Fizeram uso grotesco do poder”, garantiu.
O produtor musical conta que ficou surpreso ao saber da acusação para a qual foi levado à delegacia. “Me assustei quando cheguei na delegacia, achei que estava ali por dano ao patrimônio e ia resolver essa situação e depois ia dar minhas declarações. Eu joguei ovos na Câmara Municipal, mas não estava com droga”, ressaltou.

Depois de ser deixado com a Polícia Civil, Martins garante que não chegou a ser maltratado novamente. Ele conta ainda que seu advogado, Arnaldo Molina, está tentando acesso ao processo administrativo feito pela guarda municipal sobre o caso, o que tem sido negado. A defesa continuará tentando provar inocência do produtor musical.