IG | 30 de agosto de 2013 - 08:00

Caso BBom: Justiça determina sequestro de 49 carros e congelamento de R$ 479 mi

Divulgação

A Justiça criminal determinou o sequestro de 49 carros da BBom, braço da empresa de monitoramento Embrasystem, suspeita de ser uma pirâmide financeira . A frota inclui 26 modelos de luxo, como um Rolls Royce, quatro Lamborghinis e três Ferraris.

A decisão é do juiz Marcelo Costenaro Cavali, da 6.ª Vara Criminal Federal de São Paulo, e se sobrepõe a um bloqueio dos bens da empresa determinado, em julho , pela juíza Luciana Gheller, da 4ª Vara Federal Cível de Goiânia.

A decisão anterior já congelava a transferência de cerca de cem veículos do grupo Embrasystem, mas os carros continuam à disposição dos donos da empresa. Agora, os 49 incluídos na nova sentença ficarão sob a tutela da Polícia Federal.

Cavali também ampliou o volume de recursos financeiros bloqueados de R$ 300 milhões, como havia sido determinado por Luciana em julho, para R$ 479 milhões. Desses, cerca de R$ 18 milhões já foram sequestrados.

Procurados, os representantes da empresa não se manifestaram. Em outras ocasiões, sempre negaram irregularidades.

Ressarcimento

Surgida em fevereiro, a BBom atraiu em menos de seis meses cerca de 300 mil investidores, que pagaram taxas de adesão que variavam de R$ 600 a R$ 3 mil reais. As taxas eram chamadas de pacotes, e cada associado podia comprar mais de um.

A promessa era de lucros expressivos na revenda de serviços de monitoramento de veículos da Embrasystem. Carros luxuosos, como os sequestrados pela PF, eram apresentados como prêmios a serem concedidos aos maiores revendedores.

Em julho, a Justiça Federal em Goiás determinou o bloqueio das contas e das atividades da empresa. O pedido foi feito pela Procuradoria da República em Goiás e pelo Ministério Público do Estado, para quem a BBom é uma pirâmide financeira sustentada pelas taxas de adesão e não pela revenda de rastreadores.

Segundo os procuradores da República em Goiás, os associados da BBom venderam 1,5 milhão de equipamentos, mas a Embrasystem só comprou 69 mil de seu principal fornecedor .

Com o bloqueio, os procuradores da República e promotores esperam conseguir ressarcir quem investiu no negócio. Nem todos, porém, devem conseguir reaver as verbas, muito menos os lucros prometidos.

No processo de Goiás, é pedida a extinção da BBom para que os bens dos seus responsáveis sejam usados no ressarcimento. Em São Paulo, eles podem ser enquadrados em crime contra o sistema financeiro nacional, por desvio de verbas e por operarem instituição financeria sem autorização.

Os responsáveis também podem ser indiciados por crime contra a economia popular.