O Estado de S. Paulo | 12 de agosto de 2013 - 12:30

20º Salão de Arte de SP aposta na diversidade

Os 100 anos de nascimento da pintora Tomie Ohtake são comemorados não só com suas 15 exposições individuais pelo País, mas na 20ª. edição do Salão de Arte de São Paulo, que será aberto nesta segunda-feira, 12, no salão Marc Chagall do clube A Hebraica. Tomie é a artista com mais obras à venda no salão, que tem curadoria e organização de Vera Lúcia Chaccur Chadad desde o seu primeiro ano de realização.

São pelo menos seis telas da pintora de origem japonesa, radicada no Brasil desde 1936, a mais antiga datada de 1968 e a mais recente pintada no ano passado. Além de Tomie Ohtake, o grande destaque do salão é o escultor barroco Antonio Francisco Lisboa, o Aleijadinho (1738-1814), que tem quatro obras (atribuídas a ele) à venda no salão: São José das Botas, Nossa Senhora do Carmo, Santa Luzia e São Sebastião.

Diversificado, o salão reúne antiquários e galerias que trabalham com modernos e contemporâneos. Ele abriga este ano, pela primeira vez, uma sala especial dedicada ao graffiti e um mural pintado pelo grafiteiro Eduardo Kobra, atuante em São Paulo desde 1987 e autor da primeira pintura anamórfica em 3D sobre pavimento no Brasil.

A legitimação da manifestação artística das ruas num salão conhecido por vender obras raras a colecionadores é justificada por Vera Chadad como um "reconhecimento natural do graffiti pelo mercado de arte", citando o exemplo brasileiro de Os Gêmeos e o internacional de Bansky. O artista de rua britânico, cujo nome verdadeiro é mantido em segredo, teve recentemente uma obra em estêncil - que representa aposentados jogando boliche com bombas - vendida por US$ 200 mil.

Além da sala especial reservada aos grafiteiros, que tem trabalhos de Evol, Mauro, Mundano, Paulo Ito e Sliks, o leiloeiro James Lisboa colocou à venda um obra em grandes dimensões (250 x 300cm) dos Gêmeos, trabalho em técnica mista (spray, óleo, acrílica, massa e instalações luminosas) que participou de uma exposição na Suíça, em 2007. Embora aberto à arte contemporânea, o Salão de Arte de São Paulo é identificado como um espaço expositivo em que se destacam as peças de mobiliário, joias e antiguidades.

SALÃO DE ARTE DE SÃO PAULO - Clube A Hebraica. Rua Doutor Alberto Cardoso de Melo Neto, 115, Pinheiros. De 3ª a 6ª, das 15 às 22 h; sáb., das 13 h às 21 h; dom., das 13 h às 20 h. R$ 30. Até 18/8. Abertura hoje, às 19h (convite a R$ 180).