Midiamax | 4 de abril de 2011 - 15:58

Índios invadem Fazenda do ex-governador Pedro Pedrossian

Entre 10h e 13h desta segunda-feira um grupo de índios terena ocupou duas fazendas na cidade de Miranda, uma das quais a Petrópolis, do ex-governador Pedro Pedrossian. Ano passado os mesmos manifestantes ocuparam a área, mas foram tirados por força de medida judicial.

Liderança indígena que se identificou como Vahele, por telefone, disse que o manifesto envolveria ao menos 600 índios e que cerca de 20 seguranças da área de Pedrossian estariam armados. Ele inclusive afirma que houve disparos contra os protestantes, mas ninguém teria se ferido, segundo o líder.

Familiares dos proprietários, contudo, em contato com a redação, desmentem a versão do líder indígena. Segundo eles, há aproximadamente 55 índios e não houve nenhum disparo de arma de fogo.

Os terena disseram que as duas áreas ocupadas pertencem a eles e que um estudo da Funai já teria identificado que a terra é um território indígena.

Pela manhã, ao menos 40 índios ocuparam a entrada da Estância Amaral, que até o ano passado era conhecida como fazenda Charqueada.

Essa área foi negociada e isso teria irritado os índios. “A fazenda [620 hectares] já foi considerada como nossa inclusive até dinheiro já foi disponibilizado para pagar o ex-dono, que não quis.”, disse Vahele.

A liderança informou que o dono da área receberia R$ 600 mil para desocupar a fazenda. O imóvel em questão foi comprado por José e João Amaral Goes, comerciante na cidade de Miranda.

José Goes disse pela manhã ao Midiamax que o hectare da área custa em torno de R$ 3 mil, isto é, a fazenda teria sido adquirida por algo em torno de R$ 1,9 milhão. O proprietário informou que comprou a área para criar gado.

A fazenda de Pedrossian foi ocupada por ao menos três vezes de 2008 para cá. Ela mede cerca 1,2 mil hectares. Em maio passado, a Justiça determinou a reintegração de posse e a Polícia Federal tirou os terrena de lá.

Os índios brigam por 36 mil hectares na região de Miranda. Sete anos atrás, em 2003, a Funai iniciou o processo de demarcação, mas a inspeção parou por força de ações judiciais.

Aos arredores da cidade vivem em torno de 2,6 mil índios que habitam a aldeia Cachoeirinha, de quase 3 mil hectares.

A reportagem telefonou para o escritório do advogado de Pedrossian, mas ele participava de uma reunião e sua secretária prometeu que a ligação seria retornada. Até a publicação desse material, isso não tinha acontecido.

A filha do ex-governador, Regina Pedrossian teria seguido para a área e avisa que “sairia de lá somente morta”.

Vahele, o líder indigena, disse que o manifesto de hoje foi informado ao MPF (Ministério Público Federal) e Funai