BBC Brasil | 14 de junho de 2013 - 07:15

Protestos e repressão acirram tensão em São Paulo

Pelo quarto dia em pouco mais de uma semana, milhares de manifestantes se reuniram nas ruas de São Paulo para protestar contra o aumento das tarifas de transporte público na cidade.

A Polícia Militar reprimiu a manifestação com bombas de efeito moral e balas de borracha para evitar o avanço do protesto, que teve início na região central da capital, em frente ao Teatro Municipal.

O confronto foi marcado por cenas de violência, com imagens de manifestantes, cinegrafistas e fotógrafos atingidos pelos disparos da polícia. O tumulto provocou correria e os manifestantes reagiram à repressão policial atirando pedras e outros objetos.
Durante o choque com a polícia, manifestantes picharam ônibus, incendiaram restos de lixo e atiraram rojões contra as tropas da PM.

Segundo balanço inicial da polícia, cerca de 60 pessoas foram detidas durante o protesto na noite desta quinta-feira. Elas foram encaminhadas a uma delegacia no bairro dos Jardins, na zona oeste de São Paulo.

A manifestação, que contava com a participação de cerca de 5 mil pessoas, segundo estimativa da PM, tinha o objetivo de cobrar a revisão do preço das passagens de ônibus e metrô, que passaram de R$ 3 para R$ 3,20 em São Paulo na semana passada.

"Cada vez que a tarifa sobe, aumenta também o número de pessoas excluídas do sistema de transporte", afirma o Movimento Passe Livre, em seu site. "E não ter acesso ao transporte significa não ter acesso à cidade: dependemos da condução para ir e voltar do trabalho, escolas, hospitais, visitar amigos, etc."