Mato Grosso do Sul enfrenta ondas de calor intenso acompanhadas por um período de seca e baixos índices de umidade relativa do ar que podem chegar a menos de 12%, conforme alerta do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia). Com o clima mais hostil, medidas de cuidado e prevenção são essenciais para manter a saúde em dia.
Esse cenário traz preocupações importantes sobre a saúde da população, como destaca a gerente do Vigidesastres (Programa de Vigilância em Saúde Ambiental Associada aos Desastres) da SES, Paula Therezo Cannazzaro Barros.
“É fundamental que a população tenha consciência dos impactos causados na saúde nesse período e siga as orientações dos órgãos de saúde e médicos, especialmente sobre a exposição solar, prática de exercícios físicos nos horários mais quentes, hidratação e os cuidados redobrados com crianças e idosos, que são mais vulneráveis”, aconselha.
Segundo o diretor-geral do HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul), Dr. Paulo Eduardo Limberger, além do tempo seco e do calor intenso, os incêndios também contribuem para uma queda na qualidade do ar e para o aparecimento de doenças respiratórias.
“Além do risco de queimadas, que libera fumaça prejudicial ao sistema respiratório, o ar seco, por si só, pode provocar efeitos adversos na saúde”, disse.
Ele explica que pessoas que sofrem com problemas respiratórios, como asma, bronquite e alergias, podem ter seus sintomas agravados. “O ressecamento das mucosas facilita infecções oportunistas, como resfriados e gripes”.
Outro ponto importante a ser considerado é o ressecamento da pele. “O calor e a baixa umidade causam ressecamento da pele e dos lábios, resultando em pruridos, rachaduras e dermatites. O desconforto é comum e pode levar ao aparecimento de lesões”, explica Dr. Paulo reforçando a importância do uso de protetores solar e hidratantes.
Ele ainda alerta que o ar seco também pode causar irritações oculares e aumentar a susceptibilidade a infecções como conjuntivites. Um dos pontos principais que todos devem se atentar neste período é a hidratação.
A perda excessiva de líquidos é uma preocupação significativa, especialmente para crianças e idosos, que são mais suscetíveis à desidratação. Esse quadro pode levar a complicações graves se não tratado adequadamente. “Além do desconforto e da exacerbação de condições preexistentes, o ressecamento das mucosas aumenta o risco de infecções e agrava a circulação de vírus, como o Rotavírus, que tem levado a um aumento nos atendimentos de saúde devido à desidratação”, completa.
Dicas de Prevenção e Cuidados
Para minimizar os efeitos adversos do calor e da seca, confira as orientações do médico:
1. Hidrate-se constantemente: Beber água regularmente é essencial, principalmente para crianças e idosos que podem não perceber a necessidade de se hidratar. Ofereça líquidos diversas vezes ao dia e monitore o estado de hidratação.
2. Evite atividades físicas nos horários mais quentes: Praticar exercícios ao ar livre deve ser evitado entre 10h e 16h, quando as temperaturas e a radiação solar estão mais elevadas.
3. Cuide da pele e lábios: Use hidratantes ricos em emolientes logo após o banho e durante o dia. Para os lábios, um protetor labial ajuda a prevenir rachaduras e desconforto.
4. Proteja os olhos: O uso de lágrimas artificiais pode aliviar a irritação ocular em ambientes secos.
5. Evite banhos quentes e longos: Prefira banhos curtos e frios para não remover a oleosidade natural da pele, que ajuda na proteção contra o ressecamento.
6. Umidifique os ambientes: Utilize umidificadores de ar para manter a umidade em níveis confortáveis (entre 40% e 60%). Essa prática alivia o ressecamento das vias respiratórias e da pele.
7. Ventile os ambientes: Embora a umidificação seja importante, garantir a circulação de ar fresco evita o acúmulo de alérgenos e melhora a qualidade do ar interno.
8. Soluções salinas nasais: O uso de soro fisiológico nas narinas ajuda a manter as vias respiratórias umedecidas, prevenindo irritações.
9. Cuidados com grupos vulneráveis: Crianças e idosos devem ser monitorados e estimulados quanto à hidratação e ao conforto em ambientes secos.
Essas medidas ajudam a mitigar os efeitos adversos do calor extremo e da baixa umidade, protegendo a saúde da população de Mato Grosso do Sul durante esse período crítico.
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