FOTO: FACEBOOKAmigas de Vinícius Alves de Araújo, médico de Araputanga, cidade do Mato Grosso, a médica Vânia Aparecida da Costa Sales, que atua em Anastácio e Kedma Alves, que trabalha em Miranda, mobilizam a região para encontrar um doador de medula compatível com a de irmão de Vinícius, Bruno Alves de Araújo, de apenas 28 anos, que também é médico e enfrenta uma verdadeira batalha em busca da cura da leucemia.
Os amigos estudaram medicina na mesma instituição e a amizade permaneceu, embora cada um tenha partido para diversas localidades do país. Pelas redes sociais, Vânia, de Anastácio, soube do caso de Bruno e resolveu ir além da doação. “As pessoas precisam saber que é um cadastro simples e que pode salvar vidas”, explica a médica.
Vânia soube que o irmão de Vinícius, com quem teve mais proximidade na época da faculdade, estava desesperado, após a sua medula ser rejeitada pelo organismo do irmão. “Vinícius tinha relatado que havia doado a medula, mas não tinha dado certo. Ele estava desesperado. Eu fiz questão de ir ao Hemosul, de Aquidauana, para fazer a doação e foi muito rápido e simples. Não demorou nem meia hora, pois colhem apenas um pouquinho de sangue”, relata.
Para a médica de Anastácio, as pessoas ainda não têm a consciência de que doar é importante, já que se trata de um cadastro muito simples. “É colhido um pouquinho de sangue que pode salvar a vida uma pessoa que está sofrendo do outro lado do mundo. Acredito que a falta de informação a respeito da doação é o que prejudica nesse processo. De 18 a 60 anos, a pessoa pode fazer a doação, e as informações sobre a carga genética ficam permanentemente armazenadas em um banco de dados mundial. Todos estamos sujeitos a passar por isso”, considera Vânia.
Já Kedma Alves, médica de Miranda, também amiga de Vinícius, entrou em contato com Vânia e também mobiliza a região de Miranda nessa campanha para que as pessoas se tornem doadoras de medula óssea. “Fiz uma orientação na estratégia de saúde onde eu trabalho, informando sobre a importância e a facilidade em doar”, conta.
Relatos dos irmãos
Ao jornal O Pantaneiro, Vinícius, irmão de Bruno, explicou que havia esperança da cura permanente do irmão, após ter doado sua medula, que até então era compatível, mas pouco tempo depois, a doença reapareceu.
Familiares e amigos de Bruno mobilizam também pelas redes sociais para encontrar um doador compatível. Imagem: arquivo pessoal“Eu doei a medula ao meu irmão no dia 18 de fevereiro. No dia 2 de março a medula pegou no organismo dele, mas na semana passada os exames mostraram alterações. Bruno foi para Rio Preto com urgência. Os médicos viram que as células de defesa dele começaram a atacar a minha medula já presente no organismo dele. Por isso deu rejeição. Fomos compatíveis 100 % laboratorialmente, mas seu organismo a rejeitou. Agora estamos buscando novos doadores para que possam ajudar a ele e outros pacientes que se encontram em fila de espera do banco de medula óssea”, explica Vinícius.
O jovem médico conta com o apoio e solidariedade dos amigos em busca de um novo doador de medula compatível com seu irganismo.
Me chamo Bruno Alves de Araújo. Fui residente de Cirurgia Geral por 10 meses pelo Hospital Geral no ano de 2017, e em janeiro de 2018 fui Diagnosticado com LLA. Fiz 7 meses de quimioterapia e a doença não foi constatada mais e, para finalizar o tratamento, fiz o transplante de medula alogênico (meu irmão foi 100% doador), em fevereiro deste ano no Hospital de Base em São José do Rio Preto. Só que 4 meses pós transplante a doença recidivou.
Preciso de um novo doador de medula para tentar mais uma vez a cura. O exame é simples ir a um hemocentro e informar que quer ser doador de medula óssea. É um exame de sangue simples. Não precisa dizer que é para mim o teste, porque meu nome já está no Banco de medula e eles fazem a pesquisa de compatibilidade com todos os pacientes que estão na lista do Banco de Medula. Se encontrarem um compatível, eles entrarão em contato com o possível doador. Deus abençoe a todos.
A solidariedade das amigas médicas que atuam no Sudoeste de Mato Grosso do Sul ultrapassou as barreiras estaduais e chegou até à nossa região. “Precisamos salvar o Bruno, encontrar um doador compatível, pois ele sendo médico poderá salvar também mais e mais vidas. Não a só dele, mas de tantas outras pessoas que passam necessitam de uma medula para se curar”, finaliza a médica Vânia.
Como doar
O Hemosul de Aquidauana fica na Rua Duque de Caxias, n. 2.170, Bairro Alto. O horário de funcionamento da unidade é das 7 da manhã às 13 horas, de segunda a sexta. Entretanto, para a realização da coleta, o cidadão deve doar das 8 às 10 da manhã já que, conforme a instituição, é preciso enviar o material o Hemosul de Campo Grande.
Basta preencher um cadastro e 3 ml de sangue são colhidos para a amostra laboratorial. É simples e muito rápido.
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