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Vereador do PT em Dourados é denunciado por incentivar o suicídio de índios

11 Jul 2011 - 08h00Por Jornal do Brasil

O Ministério Público Federal (MPF) denunciou o vereador de Dourados, Dirceu Longhi (PT) e sua mulher, Arlete Pereira de Souza, por incentivarem indígenas a pressionar a saída da administradora da Funai (Fundação Nacional do Índio) de Dourados, Margarida Nicolleti, em que eles teriam dado veneno e até mesmo cordas para que indígenas cometessem suicídio coletivo.

Em 2009, o casal teria planejado e financiado as manifestações que duraram mais de três meses para que Arlete assumisse o cargo e Dirceu ganhasse peso político para sair candidato a deputado estadual. Na ocasião, os indígenas acamparam por cerca de três dias em frente à sede da Funai no município de Dourados, armados com lanças, flechas e pedaços de madeira com pregos fincados. Depois eles ocuparam o prédio do órgão, onde fizeram reféns 20 pessoas, entre servidores públicos, policiais federais, vigilantes e um jornalista.

O casal financiou o grupo de índios com celulares, transporte, lonas, alimentação, tintas para pintura de guerra dos indígenas, cadeados, veneno e cordas para um virtual suicídio coletivo para pressionar a saída administradora.

O casal responderá por formação de quadrilha, sequestro, cárcere privado e destruição de patrimônio da União. Também foram denunciados criminalmente os indígenas Chatalin Benites, Isael Alves, Sílvio Iturve, Araldo Veron e Dirce Veron.

Financiamento da invasão

Segundo a denúncia, após o conflito, Dirceu pagava entre R$300,00 e R$700,00 aos indígenas, para que não denunciassem os interesses obscuros do movimento. O pagamento foi realizado até julho de 2010.

O objetivo das manifestações foi parcialmente bem sucedido, Arlete foi nomeada como administradora da Funai, mas para a cidade de Ponta Porã (MS). Na última eleição ela chegou a ser presa distribuindo cestas básicas nas comunidades indígenas em troca de favores eleitorais e foi exonerada.

Também no processo eleitoral passado, Dirceu foi indiciado pela Polícia Federal por envolvimento na operação "Uragano", em que prefeito, vice-prefeito, vereadores, funcionários públicos, empresários foram presos envolvidos em desvios de recursos públicos por fraudes em licitações para pagar um "mensalinho" aos vereadores de Dourados.

Vereador nega denúncias

Dirceu conversou coma reportagem do Terra e afirmou que está tranquilo quanto ao processo e terá na Justiça a oportunidade de se defender.

"Naquela época foram presos cinco indígenas e se abriu o processo contra eles. Fui arrolado como testemunha, eu e minha esposa. Um ano depois, quatro indígenas que foram presos mudaram seus depoimentos e me incriminaram como autor da ideia, o que eu disse em meu depoimento, que jamais cometeria uma insanidade dessas, eu sei que é invadir prédios públicos é ilegal. Estou tranquilo, vou ter a oportunidade de justificar minha defesa, com outras pessoas que estavam no movimento. Na verdade é o papel deles (Ministério Público). Eles têm que ouvir, relatar e encaminhar e Justiça Federal vai decidir", argumentou o vereador.

Ele acredita que denúncia seria fruto de uma perseguição política. "Uma dessas pessoas, eu paguei porque trabalhou comigo como cabo eleitoral, com contrato assinado e tudo. Não sei a motivação deles, talvez seja política, porque fui o vereador mais votado nas aldeias de Dourados. Eles podem ter mudado o depoimento para se safarem".

Sobre o incentivo ao suicídio coletivo, Dirceu também negou a denúncia. "Eu que sou um vereador que defendo a população indígena, luto contra a violência, não poderia incentivar uma pratica dessas, jamais cometeria isso". afirmou o vereador.

O processo foi aceito e será julgado pela Justiça Federal de Dourados. Somadas as penas, os réus podem pegar até 11 anos de prisão. O Ministério Público Federal encaminhará a cópia da denúncia à Câmara de Vereadores de Dourados para que seja analisada a quebra de decoro parlamentar de Dirceu.

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