No artigo “Repercussões da respiração oral no estado nutricional: por que acontece?”, a professora Giselia Alves Pontes da Silva, da Universidade Federal de Pernambuco, e equipe discutem as causas e consequências do hábito de respirar pela boca.
O texto, publicado este ano na edição de maio/junho dos
Os pesquisadores explicam que a respiração oral pode se originar de uma obstrução das vias respiratórias, seja por processos infecciosos, doenças nasossinusais ou anormalidades estruturais da região nasal. O desmame precoce, que acarreta no hábito do bebê ficar com lábios entreabertos, e o uso chupetas e mamadeiras, que provoca alterações na postura e força dos lábios, língua e bochechas também podem levar à respiração oral.
Os autores citam como exemplo a pesquisa “Respiração oronasal influenciando na aprendizagem” (Bifoni SC, Sorace AClS, Camargo TCB, Assêncio-Ferreira VJ. 2002), na qual foram observadas as características respiratórias de alunos em sala de aula. Das 237 crianças que participaram do trabalho, 43 respiravam pela boca e, dentre estas, 32 tinham dificuldade de aprendizado.
Os médicos dizem ainda que este hábito impede que a comida seja mastigada o suficiente, além de criar uma tendência a se alimentar com a boca aberta. “Por não conseguir manter a boca fechada, a criança com respiração oral pode associar alimentação à sufocação. Assim, existe uma diminuição da quantidade de alimento ingerido, podendo tornar essas crianças muito magras”, ressaltam no artigo.