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Professores da capital vivem com temor dos próprios alunos nas salas de aula

3 Out 2011 - 16h04Por Correio do Estado

Ainda que não haja números que quantifiquem as ocorrências, os casos de violência dentro das escolas é realidade em Campo Grande e também no restante do Brasil. Casos extremos, como o do estudante de apenas dez anos de idade, em São Caetano do Sul (SP), que atirou na professora e depois se matou chamam atenção e colocam alunos e professores numa situação classificada por eles mesmos como “de risco”. Aqui na Capital, o Correio do Estado descobriu situações de docentes que vivem sob pressão e com medo dos próprios alunos. A reportagem conversou com três profissionais de educação de escolas públicas e todos foram incisivos em afirmar que trabalham com medo.

A professora de Língua Portuguesa *Elaine está na cidade há sete anos e diz que já foi ameaçada por alunos duas vezes. “Ano passado um aluno disse que iria colocar fogo na minha casa. Isso não aconteceu, mas fiquei com medo”, afirmou. Ela leciona em uma escola estadual da periferia de Campo Grande e conta que trabalha “sob pressão”. “Eu amo o que faço, sempre amei, mas confesso que está cada dia mais difícil lidar com os adolescentes”.
Em outro caso, um aluno disse a ela: “cuidado comigo porque você não me conhece”. Em tom ameaçador, o garoto “olhou forte para mim e disse isso porque anotei seu nome no caderno de ocorrências da escola”. Ela leciona há 20 anos e antes de chegar em Campo Grande dava aulas em uma cidade do interior do Mato Grosso.

O professor *Jeferson está há apenas cinco anos dando aulas de História e esse tempo já foi suficiente para que ele tivesse experiências estressantes. Um dos piores momentos foi quando ele foi ameaçado e xingado dentro de sala de aula por quatro vezes em um mesmo dia. “Dou aula em duas escolas, sendo uma à tarde e outra à noite. Cheguei na primeira escola e fui desacatado, no segundo tempo me xingaram e depois, na outra escola me ameaçaram e em outra sala fui desacatado de novo. Em um dia só, não tem emocional que aguente”, afirmou.

Armas e drogas
Situações também comuns no cotidiano dos professores em Campo Grande é a presença em sala de aula de alunos sob efeito de álcool ou outras drogas e até mesmo armados. Jeferson disse que enquanto ensinava a lição, um aluno ficou agitado, não parava de falar e gesticular. “Ele estava muito inquieto, falando alto e começou a me xingar quando disse para que ele parasse. Falei a ele para ir até a coordenação e ele me xingou de novo. Depois de um tempo descobri que ele usuário de drogas e foi então que me toquei que naquele dia ele estava sob efeito da droga”.

Em mais um caso, a professora de Língua Inglesa *Rebeca presenciou um aluno com um punhal em plena sala de aula. Ela dá aulas há cerca de 15 anos e quando presenciou um de seus alunos com um punhal, ela diz que falava sobre a matéria quando percebeu um movimento estranho no fundo da sala. “Fui até lá e me pareceu ter visto uma faca na mão do meu aluno. Pedi educadamente para ele me mostrar o que era e ele me entregou um canivete. Como tinha certeza que tinha visto algo maior, pedi que levantasse e então o punhal caiu no chão”, contou.

Todos os 40 alunos da sala presenciaram a cena, em silêncio, conforme e professora. Depois disso, ela pediu que o estudante lhe entregasse a arma e perguntou porque ele havia levado o objeto para a escola. “Ele disse que não ia entregar e que precisava daquilo para se defender. Ele é muito maior que eu, é forte e mesmo não tendo me ameaçado fiquei com medo que pudesse fazer alguma coisa com meu carro ou mesmo começar a me ameaçar. Contei à direção, mas nada foi feito”, lamenta.

Todos os docentes entrevistados disseram que as situações que passaram os deixaram muito receosos em relação aos próprios alunos e que dezenas de seus colegas da educação pedem afastamento do trabalho por estresse ou depressão. “É uma carga muito pesada, porque além dos problemas comuns, temos que enfrentar os problemas dos nossos alunos e ainda sermos intimidados por eles”, comentou Elaine. 

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