A ministra do Desenvolvimento Social do Uruguai, Ana Vignoli, foi demitida nesta segunda-feira depois de questionamentos em relação à sua gestão após a morte de cerca de cinco mendigos por conta da onda de frio, e em meio a uma crise interna na coalizão esquerdista governante.
Trata-se da primeira modificação no gabinete desde que Mujica - ex-guerrilheiro e segundo presidente de esquerda na história do país - assumiu o governo, em março de 2010.
O presidente justificou a mudança no gabinete defendendo a condição de economista de Olesker, "por considerar a importância que tem a projeção das políticas sociais vistas em seu conjunto".
A demissão de Vignoli, integrante do Partido Comunista, ocorre depois de uma semana de duros questionamentos de sua gestão por parte da oposição, após a morte de cerca de cinco mendigos devido a uma onda de frio que afetou o país.
No entanto, Mujica indicou que não tinha reclamações sobre a atuação da ministra, e assegurou que a decisão sobre a demissão "foi uma questão de estratégia que estava traçada de antemão".
"Haverá mais mudanças, já decidimos, mas temos que falar com as pessoas envolvidas", completou.
A demissão de Vignoli ocorre em meio a uma crise interna na coalizão de esquerda governista Frente Ampla (FA).
Na semana passada, um dos integrantes do FA, o Partido Comunista (PCU), negou-se a votar no Senado um projeto de lei sobre investimentos mistos público-privados, em aberto desacato à decisão da liderança e apesar de o PCU já estar suspenso, desde 25 de junho e por 30 dias, dos órgãos de decisão da FA por não votar uma Lei de Educação em 2008.
"Essa decisão não tem nada a ver com isso", assegurou Mujica nesta segunda-feira.
O projeto questionado pelo PCU - considerado necessário pelo governo para realizar grandes obras de infraestrutura - aprofundou as diferenças entre comunistas e o restante da Frente Ampla.