Três índios denunciaram que foram proibidos de falar o guarani nas dependências da escola municipal Nerone Maiolino, onde cursam o EJA (Educação de Jovens e Adultos).
Os guarani-caiuá também foram obrigados a assinar um documento acatando a determinação. Um dos alunos é Laucídio Nelso. “Ele não sabia ler nem escrever e decidiu estudar”, conta Leda Rodrigues, esposa de Laucídio. O casal mora na aldeia Água Bonita, em Campo Grande.
A situação foi denunciada ao deputado estadual Pedro Kemp (PT). O parlamentar vai pedir explicações à secretaria municipal de Educação. “Os índios têm direito de falar a língua deles”, afirmou Kemp durante sessão na Assembleia Legislativa.
Conforme a Constituição Federal, “são reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens”.
A reportagem entrou em contato com a escola Nerone Maiolino, mas a diretora estava em reunião.