Uma abordagem menos agressiva pode substituir o megachoque dos desfibriladores, usados para restaurar os batimentos normais do coração após arritmia, indica pesquisa publicada na revista "Nature" na quarta-feira (13).
Além de tornar os aparelhos mais leves e baratos, isso reduziria a dor que os pacientes sentem quando passam pelo procedimento.
"Alguns pacientes comparam a dor ao coice de um cavalo no peito", disse à Folha o físico Flavio Fenton, da Universidade Cornell (EUA), um dos envolvidos no trabalho.
A nova técnica, testada em cães, usa cinco pulsos de energia leve em sequência --uma redução de energia de 84% em relação ao padrão.
Os desfibriladores, usados desde a década de 1950, funcionam pela aplicação de cerca de mil volts de energia elétrica para o exterior do peito em emergências médicas, como uma parada cardíaca.
Em conjunto com cardiologistas e fisiologistas, Fenton e o físico Stefan Luther, do Instituto Max Planck de Dinâmica e Auto-Organização, descobriram que os vasos sanguíneos do coração geravam padrões espaciais de correntes elétricas e poderiam ser usados para criar "eletrodos virtuais" que ampliam a tensão aplicada a ele.