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Cor de lama, Rio da Prata expõe reflexo da exploração comercial

Cenário de água cristalina 'muda' toda vez que a forte chuva traz barro de áreas próximas

18 Nov 2018 - 15h27Por MAYARA BUENO
Rio da Prata depois de chuva na região. (Foto: Divulgação).Rio da Prata depois de chuva na região. (Foto: Divulgação).
 

Um dos motivos de orgulho do sul-mato-grossense é espalhar por aí que são ‘nossas’ as águas cristalinas capazes de encantar e atrair gente do mundo todo. Em Jardim, a 233 km de Campo Grande, o Rio da Prata é um destes cenários espetaculares que, de alguns anos para cá, tem mudado a ‘cara’ toda vez que a chuva, tão comum neste período, cai naquela região.

As imagens, registradas pelos donos do Seu Assis Camping e Balneário, que fica a 35 km da área urbana de Jardim, mostram a maneira que o rio ficou após a forte chuva da sexta-feira (dia 16). 

 

Longe da transparência vista diariamente, a água está completamente marrom da terra que a precipitação trouxe e sequer dá para enxergar qualquer vida. “Ver o rio nesse estado dá vontade de chorar”, diz Diego Scherer Luciano, um dos donos e que trabalha diariamente no balneário.

Ele comenta sobre as lavouras em torno da região e que a atividade, ao longo do tempo, agravou a situação. Toda vez que chove muito em Jardim as águas ficam mais turvas, mas Diego afirma que da forma como está hoje aconteceu outras duas no balneário que existe desde 1997. Com a diminuição da mata ciliar, a água da chuva escorre sobre a superfície, não permitindo que se infiltre e seja armazenada no solo.

A cidade fica bem perto de outras duas tão belas pelas águas cristalinas quanto Jardim. Bodoquena e Bonito completam o principal roteiro turístico de Mato Grosso do Sul. Nestes locais, passam milhares de turistas diariamente e sempre foram lembrados pela preservação ao meio ambiente.

“Toda vez que chove fica assim, mas não desse jeito, de uns tempos para cá piorou. É a atividade perto do rio [que prejudica]. Têm maneiras de se fazer para não deixar a terra vermelha, esse barro, cair para dentro da água”.

 

Hoje, o balneário está aberto para visitação e banho, contudo, o dono afirma que muitos turistas chegam perto da água e logo se afastam. Para que a água torne a ser cristalina novamente, vai levar pelo menos uma semana.

 
Água cristalina em dia sem chuva em Jardim. (Foto: Divulgação).Água cristalina em dia sem chuva em Jardim. (Foto: Divulgação).
 
Estado no Rio da Prata na manhã deste domingo (Foto: Divulgação).Estado no Rio da Prata na manhã deste domingo (Foto: Divulgação).
 

Ajuda

“Não podemos colocar em risco o mais importante cenário do Estado, se não do País”. A fala é do coronel reformado Ângelo Rabelo, que hoje atua no Instituto Homem Pantaneiro. Para ele, há diversos fatores que prejudicam as águas, desde a manutenção das estradas vicinais que cruza o Prata. “Nós também temos o problema do banhado, que está na Justiça. Estamos brigando para que o banhado seja transformado em uma área protegida”.

Outra busca é sobre a aplicação da lei estadual de autoria do deputado Paulo Corrêa (PSDB). A legislação já foi aprovada e o problema é que até agora não foi regulamentada, portanto, não pode ser cobrada pelas autoridades.

Na prática, a medida eleva a distância mínima de qualquer empreendimento perto dos rios do Estado. “Sem isso, não conseguimos cobrar”, lamenta. O Instituto Homem Pantaneiro também trabalha por um pacto, prestes a ser assinado, que prevê anuência dos proprietários rurais e donos de atrativos.

“Ficou aprovado que o que nos une é a água, então, quais serão as iniciativas para proteção delas. É possível conviver [crescimento e meio ambiente], mas precisamos de regras, se não todos perdem”. O coronel falou também sobre Bonito, que hoje tem 60% a 70% da população dependente diretamente do turismo para sobreviver, daí a importância de se preservar o que proporciona trabalho e riqueza.

A partir de agora, o Instituto Homem Pantaneiro vai visitar algumas propriedades rurais daquela região. Há informações de que algumas fazendas retiraram parte da mata ciliar para o gado poder beber água. “E neste período, o histórico de chuva é crítico, aumentou muito. Isso obriga a manter a mata e ampliar a manutenção”.

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