Por causa de um episódio de racismo durante uma das etapas do Tour do Rio de ciclismo, neste sábado (30), um ciclista italiano foi convidado a sair do torneio.
Enquanto as equipes percorriam o trecho entre Teresópolis (região serrana) e Rio das Ostras (região dos lagos), o italiano Marco Caledan, da Trevigiani, teria pedido para o brasileiro Renato Santos, da DataRo, puxar o pelotão e este alegou que estava cansado e que não iria fazê-lo.
Segundo a assessoria de imprensa do evento Coledan começou a xingar Santos e testemunhas ouviram-no pronunciar, em italiano, a expressão "negro asqueroso".
E de acordo com a assessoria, a organização se reuniu com os comissários da prova e a UCI (União Internacional de Ciclismo), que decidiram pela exclusão do italiano da largada deste domingo. A equipe Trevigiani também não será mais convidada a participar do torneio.
O técnico de Marco Coledan, Mirko Rossatto, afirmou que este tipo de xingamento é comum na Itália e que lá não é considerado racismo.
"Houve uma briga como em qualquer outra corrida. Na Itália essa situação é comum, mas foi uma decisão da organização, e a gente aceita. Renato ofendeu o Marco, e o Marco respondeu com uma palavra que na Itália não tem o menor significado racista", afirmou Rossatto.
Renato Santos afirmou que ainda não havia pensado se levaria o caso à frente, fazendo uma denúncia contra o rival na polícia. Procurado, Marco Coledan não quis comentar o caso.
A vitória da Volta do Rio (total de 800 km) ficou com o colombiano Juan Suárez, com o tempo de 18 horas, 42 minutos e 24 segundos. Em segundo e terceiro ficaram outros dois ciclistas da Colômbia: Jaime Castañeda e Edward Beltrán.
A prova internacional, considerada a maior do gênero na América do Sul, reúne as maiores equipes, que viajam por cinco dias entre os municípios de Angra dos Reis, Três Rios, Friburgo, Cabo Frio e Rio de Janeiro.