DANIEL RONCAGLIA
DE SÃO PAULO
O Ministério da Agricultura determinou a abertura de um processo disciplinar contra o ex-ministro Wagner Rossi (PMDB).
Esse é o principal resultado da sindicância interna criada para analisar as acusações que, em agosto, levaram à saída do peemedebista do ministério.
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Para determinar a abertura de processo disciplinar, a sindicância indica ter encontrado em sua apuração suspeita de irregularidade.
Também deverão responder à ação o ex-chefe de gabinete Milton Ortolan e outros oito ex-funcionários.
A ação será conduzida pela CGU (Controladoria-Geral da União). O resultado da sindicância deve ser publicado hoje no "Diário Oficial da União". Como não são mais servidores, a pena máxima é o impedimento de ocupar cargo na administração federal.
O contrato de R$ 9,1 milhões com a Fundasp (Fundação São Paulo), mantenedora da PUC-SP, para dar cursos a servidores, será investigado no processo.
Em agosto, a Folha revelou que a tomada de preços foi fraudada. O contrato acabou suspenso.
A fundação prometeu devolver os R$ 5 milhões já recebidos. O ministério pediu à Advocacia-Geral da União uma análise das possíveis consequências jurídicas da devolução do pagamento.
Contratos com gráfica e empresa de comunicação também serão analisados, além de supostas irregularidades na Conab (Companhia Nacional de Abastecimento).
Rossi foi indiciado pela Polícia Federal sob acusação de peculato, formação de quadrilha e fraude em licitações.
Ontem a Folha não conseguiu localizar o ex-ministro.
O advogado de Milton Ortolan, José Luís Oliveira Lima, disse que o seu cliente "nega taxativamente qualquer irregularidade".